A arma estadunidense mais temida pelos russos na guerra da Ucrânia
Os pacotes de ajuda militar fornecidos à Ucrânia pelos Estados Unidos equiparam os arsenais do país com vários sistemas de armas poderosos. Entretanto, poucos são tão temidos quanto o M109A6 Paladin, de fabricação americana.
O M109A6 Paladin é um obuseiro autopropulsado, que entrou em serviço no Exército dos Estados Unidos em 1991, como um modelo atualizado do M109 original, segundo o Military Today. O veículo tem uma torre maior que os modelos anteriores e um alcance máximo padrão de 24 km.
Direitos autorais da imagem: Wiki Commons
Os novos sistemas digitais de navegação e controle de fogo implementados no Paladin, de acordo com o Technology.org, "permitem que os canhões abram fogo 30 segundos depois de pararem em uma posição fixa".
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Alguns modelos Paladin foram equipados com kits de modificação para serem capazes de disparar projéteis guiados, com precisão M982 Excalibur, em um alvo a mais de 40 km de distância.
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Mas o Paladin ganhou uma reputação tão respeitada, no campo de batalha, devido a seu sistema móvel, que pode executar missões de “atirar e correr”. Em outras palavras, a arma é capaz de atirar em soldados russos e afastar-se antes de que o fogo da contrabateria possa atingi-la.
“A capacidade dos Paladins de se reposicionarem, rapidamente, após o disparo, tornou-os um desafio complicado para as tropas de artilharia russas”, diz o analista Howard Altman, em artigo para o The Drivesobre o sistema de armas dos EUA usado pela 47ª Brigada Mecanizada Separada da Ucrânia.
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Já o Military Today destaca que esta peça de artilharia pode parar para disparar um tiro em menos de 60 segundos e voltar a se mover, graças ao seu curto tempo de implantação. Mas a arma tem uma cadência máxima de tiro muito mais significativa, se necessário.
O Paladin pode disparar, no máximo, quatro tiros padrão, em menos de um minuto, e tem uma cadência de tiro sustentada que lhe permite disparar um tiro contra o inimigo a cada três minutos. No entanto, as Forças Armadas Ucranianas não utilizam o Paladin de forma sustentada.
De acordo com Howard Altman, os Paladins ucranianos desempenharam um papel fundamental na recente contraofensiva do país ao sul da saliência de Robotyne-Verbove. O sucesso se deu ao combinar seu uso com tanques Leopard 2A6, de fabricação alemã.
O Paladin pode disparar projéteis padrão de 155 mm. Atualmente ele é usado em alvos que estão a menos de 10 km de distância. Mas a 47ª Brigada Mecanizada Separada não utiliza projéteis padrão contra posições russas no leste.
Um comandante da 47ª Brigada explicou, em entrevista ao United 24, que seus soldados estão a disparar munições cluster M864 contra soldados russos. Assim, as forças ucranianas atingem e destroem múltiplas unidades de infantaria durante um ataque.
Os Paladins da 47ª Brigada Mecanizada Separada ajudaram substancialmente na retomada da vila estratégica de Robotyne, ao longo do eixo da cidade de Tokmak. Estes sistemas de armas, agora, protegem as estradas para Robotyne, contra quaisquer ataques russos, e disparam mais de 100 tiros por dia.
“Quando a infantaria precisa de ajuda, não há espaço para economia”, observa a United 24.
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O membro da Duma russa, Andrey Gurulev, disse, recentemente, em seu canal Telegram, que os canhões autopropelidos Paladin são considerados “muito difíceis ou quase impossíveis” de destruir, de acordo com o The Drive.
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"Praticamente, todos os canhões [da Ucrânia] estão instalados em profundidade, a uma distância inacessível à nossa artilharia. Estima-se que duas brigadas de artilharia estavam concentradas nas direções 'mais quentes', sem contar a artilharia das brigadas locais", observou Gurulev.
"Queimamos grande parte de sua artilharia rebocada, eles passaram a usar canhões autopropelidos. Nosso povo diz que é muito difícil, quase impossível, capturá-los; após o segundo tiro eles se movem e mudam de posição", acrescentou Gurulev.
Os primeiros tripulantes do Paladin 635 terminaram o treinamento em fevereiro de 2023, segundo a Associated Press.
O Paladin foi responsável por alguns dos principais ganhos registrados pela Ucrânia, após o lançamento da contraofensiva. Talvez a arma semipropulsada seja a chave para o avanço final do país invadido.