A história do ex-soldado americano que lutou pela Ucrânia e desertou para a Rússia
Um ex-soldado americano aderiu ao exército da Ucrânia para lutar contra as tropas russas, e, supostamente, desertou para o lado de Vladimir Putin.
Trata-se de John McIntyre. Ele serviu dois anos no exército estadunidense, segundo a Newsweek, antes de viajar à Ucrânia, em fevereiro de 2021. Depois, trocou de lado, em fevereiro de 2023.
Foto por Twitter @LvivTyler
Em uma entrevista concedida a Murad Gazdiev, do Russia Today, John McIntyre foi questionado sobre o motivo de juntar-se à Rússia.
Foto do Twitter @MuradGazdiev
"É a razão pela qual vim para a Ucrânia, em primeiro lugar. Sou comunista, sou antifascista e temos que lutar contra o fascismo em todos os lugares", disse McIntyre no programa.
McIntyre explicou que seu plano original era reunir o máximo de informações possíveis sobre as forças ucranianas antes de desertar para a Rússia.
O Russia Today afirmou que McIntyre serviu na Ucrânia, lutando tanto pela Legião Estrangeira Ucraniana quanto pelo batalhão Carpathian Sich do país.
McIntyre disse a Gazdiev que planejava infiltrar-se no Batalhão Azov antes de desertar, mas foi forçado a fugir, depois de dizer que estava "comprometido".
McIntyre disse que fugiu para Odesa, onde conseguiu entrar em contato com sua mãe, que lhe deu 300 dólares. Assim, ele usou o dinheiro para sair da Ucrânia e ir a Chișinău, na Moldávia.
“De Chișinău, depois que consegui meu visto, fui para Uh, Istambul e depois para Moscou”, disse o desertor.
O Russia Today explicou que McIntrye levou muitas informações com ele, e “já estavam sendo usadas pelos militares e policiais russos”.
Sobre o que diria às pessoas com quem serviu durante seu ano nas Forças Armadas Ucranianas, McIntyre disse: “Tudo vale no amor e na guerra”.
O soldado ainda disse, com um sorriso: “É o que é, espiões existem, você sabe, e eu sou um espião. Missão cumprida."
Ao longo da entrevista, McIntyre fez referência aos muitos pontos da propaganda russa que Putin usa para influenciar seu público.
De qualquer forma, os comentários do desertor devem ser tomados com cautela, já que o Russia Today é um veículo controlado pelo Estado russo.
O Russia Today, de fato, foi banido na Austrália, Canadá, Estados Unidos e União Europeia, em março de 2022, logo após a invasão ordenada por Putin na Ucrânia.
A Newsweek observou que pouco se sabe, realmente, sobre a história de John McIntyre, embora se possa acreditar que, pelo vídeo, ele provavelmente é americano e estava em Moscou quando a reportagem foi feita.