A quebra da Rússia já tem data, segundo oligarca
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, são muitas as especulações sobre um possível colapso da economia russa, algo que, aparentemente, ainda não aconteceu.
Sanções contra a Rússia e seu isolamento do resto do mundo fazem com que muitos acreditem nesta consequência para o país liderado, com mão de ferro, por Vladimir Putin.
O oligarca russo Oleg Deripaska (foto), por exemplo, garante que a Rússia ficará sem fundos, em 2024, devido aos gastos "maciços" que a guerra continuará a requerer.
Em declarações colhidas pela Bloomberg, ele disse que se Vladimir Putin quiser manter opções na guerra contra a Ucrânia, terá de recorrer a investimentos estrangeiros.
Oleg Deripaska fez esse prognóstico derrotista no Fórum Econômico de Krasnoyarsk, realizado no início de março, na Sibéria. O ato é surpreendente, já que a oligarquia russa não costuma pronunciar-se contra o governo.
"Ano que vem não vai haver dinheiro. O governo vai precisar de investidores estrangeiros. Os recursos estão a acabar e já começaram a abalar-nos", afirmou.
E acrescenta: “Os gastos militares maciços exercem uma pressão tremenda sobre as finanças públicas”. Isto leva a que a previsão de crescimento da Rússia para 2024 seja “mais sombria”.
No entanto, apesar dessas declarações, da guerra em curso e das sanções e restrições, é possível que a economia russa cresça em 2024, conforme o Fundo Monetário Internacional.
Mesmo assim, o economista russo Alexander Isakov não hesita em revelar seus maus presságios econômicos para a Rússia.
"O dinheiro economizado no Fundo Nacional de Bem-Estar acabará no final de 2024. Portanto, teremos que começar a economizar e reduzir gastos", disse Alexander Isakov no Fórum Econômico de Krasnoyarsk.
Neste possível cenário, quais países poderiam arriscar investir na Rússia para financiar uma guerra com força total?
O próprio Oleg Deripaska deixou claro em seu discurso: a rota europeia está absolutamente descartada.
"Pensávamos que éramos um país europeu. Agora, nos próximos 25 anos, vamos pensar mais sobre o nosso passado asiático", disse.
O fato é que existem países da África e da América Latina, além de grandes potências como a Índia, que continuam a ter acordos comerciais com a Rússia, independentemente da guerra. O mundo é mais amplo que a Europa e os Estados Unidos.
Mas, com o atual nível de gastos e sem promover novos acordos comerciais, os cofres russos podem ver-se abruptamente esgotados.
Ou talvez tudo isso seja uma estratégia medida e lançada, não só para atrair capital estrangeiro, mas para fortalecer alianças diante de uma guerra que parece não ter fim a curto prazo.