A Rússia prepara campos de concentração para ucranianos?
Símbolos do horror de todos os conflitos bélicos, campos de concentração poderiam estar sendo preparados na Ucrânia por tropas russas, segundo Mateusz Morawiecki, o primeiro-ministro polonês.
Ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de construir espaços na Ucrânia semelhantes aos erguidos pelos nazistas, na Polônia, há 75 anos. As declarações de Marawiecki foram por ocasião do Dia do Holocausto, no último 27 de janeiro.
"Coincidindo com o aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, devemos lembrar que, a leste, Putin está construindo novos campos", escreveu Morawiecki em sua página oficial no Facebook.
Desde o início da guerra na Ucrânia, de acordo com inúmeros relatos, as forças russas têm usado centros de detenção improvisados, nos territórios que ocupam. Para lá, levam pessoas com o intuito de descobrirem se são ou não pró-Rússia.
Um relatório do Departamento de Estado dos EUA observa que "cidadãos ucranianos estão sendo transferidos para 'campos de filtragem' em um processo das forças russas para suprimir a resistência".
“Muitos cidadãos ucranianos enfrentam deportações forçadas, detenções arbitrárias, tortura e outros abusos”, continua o relatório.
O documento destaca ainda que, nestes lugares, os cidadãos ucranianos são fotografados sem roupa e submetidos a revistas íntimas, nas quais buscam-se símbolos nacionalistas, sejam tatuagens ou outros.
As impressões digitais dos detidos também são registradas à força. Toda esta forma de proceder dos russos é vista como próxima da mecânica dos nazistas com a população judaica.
O relatório do Departamento do Estado também informa que os passaportes e telefones celulares dos cidadãos ucranianos detidos são confiscados. "As forças russas, às vezes, também vasculham suas listas de contatos”, detalha.
Em julho de 2022, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, pediu à Rússia, durante uma aparição pública, que encerrasse sua “filtragem sistemática e deportações forçadas”.
Blinken também citou assustadoras estimativas: entre 900 mil e 1,6 milhão de cidadãos ucranianos, aproximadamente, foram enviados para a Rússia, incluindo 260 mil crianças.
“Há evidências crescentes de que as autoridades russas também estão detendo ou fazendo desaparecer milhares de civis ucranianos que não passam no processo de filtragem”, continuou Blinken.
Além disso, Blinken diz que algumas pessoas vítimas da "filtragem" poderiam haver sido executadas, "de acordo com as evidências encontradas com as atrocidades cometidas pelos russos em Bucha, Mariupol e outros lugares na Ucrânia".
Ainda mais inconcebível e assustador é o que a Rússia tem reservado para os ucranianos que vivem nos quatro territórios que Vladimir Putin anexou, ilegalmente, em 2022.
Em 24 de janeiro de 2023, enquanto o mundo se preocupava em garantir a entrega de tanques à Ucrânia, o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, assinou uma ordem para estabelecer 24 novas "colônias prisionais" em Doentsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia.
Segundo o Newsweek, o decreto do governo russo determina que 12 delas ficarão na região de Donetsk.
"Outras sete serão construídas na região de Luhansk, três na parte controlada pela Rússia da região de Kherson e duas instalações adicionais em Zaporizhia, onde uma 'colônia do tipo assentamento' também será estabelecida" , diz a reportagem.