A vacina que cura o câncer
Notícias esperançosas na luta contra o câncer. A grande empresa farmacêutica BioNTech apresentou em abril de 2022, durante um evento da American Cancer Society, os resultados de seu teste, em humanos, da vacina que desenvolve contra esta doença. E são muito positivos.
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A revista Forbes publicou detalhes sobre a vacina em questão, que usa RNA mensageiro, técnica que foi aplicada com sucesso no imunizante contra a covid-19 e agora é usada contra o câncer.
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O CDC dos EUA (agência de saúde pública para detecção e prevenção de doenças) resume a técnica do RNA mensageiro como a que "ensina nossas células a produzirem uma proteína que desencadeia uma resposta imune em nosso corpo".
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Através da manipulação do Ácido Ribonucleico (RNA), nossas células recebem um manual de instruções para criarem o antígeno adequado, a defesa correspondente. Funcionou contra a covid-19 e, ao que parece, também contra o câncer.
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O tratamento que a BionThech está testando em humanos consiste em “ensinar” as células T CAR a reconhecerem e eliminarem células cancerígenas.
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O paciente recebe uma dose de células T CAR e depois a vacina, onde uma proteína levará essas células a reconhecerem o câncer e eliminá-lo do nosso corpo.
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O entusiasmo é grande mas há um detalhe a ter em conta: o ensaio foi realizado com apenas 16 pessoas. E, desse número, cinco dos pacientes diminuíram seus tumores e outro não tinha nenhum traço de câncer, seis meses depois.
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Com dados tão pequenos, podemos falar de sucesso? Para a BionTech, sim. A técnica funcionou em alguns dos integrantes do grupo analisado (e não pode haver coincidência ou erro a esse respeito). Isso significa que resta apenas aprimorá-la, para que as células T CR “aprendam” a eliminar melhor as células cancerígenas.
Esse sistema de RNA mensageiro, segundo os laboratórios que apostam nele, poderá ser aplicado para desenvolver vacinas contra doenças como malária e hepatite, por exemplo.
A invenção da técnica do RNA mensageiro se deve a dezenas de descobertas feitas por pesquisadores, desde que o cientista sul-africano Sydney Brenner (prêmio Nobel) iniciou os primeiros experimentos em 1961. Os pesquisadores Drew Weissman e Katalin Karikó (na imagem) deram a mais recente contribuição e seus estudos têm sido essenciais para vacinas contra a covid-19.
Mas a BioNTech não é a única a desenvolver uma vacina contra o câncer. Segundo a SkyNews, existe um projeto chinês com RNA mensageiro que tem obtido ótimos resultados no combate ao melanoma em camundongos.
No caso do experimento chinês, trata-se de um hidrogel que, após ser injetado sob a pele, reduz tumores e interrompe metástases.
Outra das metas científicas mais desejadas é a vacina contra a AIDS. De acordo com Lynda Stuart (vice-diretora de vacinas e imunologia humana da Fundação Bill e Melinda Gates), em declarações coletadas pelo Business Insider, com a técnica de RNA mensageiro, “as possibilidades são infinitas”.
Mas o HIV é um vírus diabolicamente perfeito: sua capacidade de mutação e adaptação escapa, por enquanto, a qualquer vacina eficaz. Existem, no entanto, tratamentos que permitem a certos pacientes viverem normalmente.
A técnica do RNA mensageiro poderia curar, segundo o Business Insider, inclusive ataques cardíacos ou reações a picadas de cobra. Trata-se de adaptar nossa fábrica de células para combater infecções por meio de modificações genéticas.
Entretanto, isto não significa o fim das doenças. Para o câncer, uma única vacina não seria suficiente, já que existem vários tipos. Seria necessário desenvolver vacinas específicas que ensinassem as células "boas" a localizarem as "ruins" e eliminá-las.
Mesmo assim, Özlem Türeci (foto), cofundadora da BioNTech, garantiu que a técnica funciona e abre as portas para uma grande vitória científica a médio prazo. Embora, como lembra Robert Hart na Forbes, "novos problemas ou efeitos colaterais possam surgir em ensaios maiores e mais longos".
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