Os testes para humanos que alguns animais já conseguiram superar
A psicologia comparada estuda e remonta o comportamento dos animais, realizando testes de seu desenvolvimento cognitivo. Às vezes, a disciplina também compara a inteligência deles com a nossa.
Conhecer a capacidade dos animais de realizar tarefas "humanas" permite-nos ter uma melhor compreensão da essência da própria inteligência e do que ela engloba.
Ao longo dos anos, pesquisadores submeteram os animais a alguns testes cognitivos básicos, originalmente elaborados para crianças. Além disso, também criaram novos testes, com o objetivo de comparar suas habilidades com as nossas.
Um exemplo é o teste do espelho. O psicólogo estadunidense, Gordon Gallup Jr., projetou o teste em 1970, para determinar se os animais podiam se reconhecer visualmente através de seu reflexo. As crianças, por exemplo, não conseguem fazê-lo até os 18 meses.
Elefantes, pegas (foto), raias e peixes-limpadores passam no teste do espelho, desenhado para detectar a autoconsciência.
Imagem: Natasha Miller/Unsplash
No entanto, muitos pesquisadores comportamentais descartaram o teste, já que ele é limitado a animais que usam, principalmente, a visão, não sendo válido para os que usam o olfato, como os cães.
Mas o teste do espelho não foi o único usado para analisar a inteligência animal. Os psicólogos também examinaram a inteligência espacial, a tomada de decisões e as habilidades sociais, por exemplo.
Os chimpanzés passaram em muitos testes de inteligência projetados para humanos. Aliás, eles tiveram um melhor desempenho em muitos deles. Por exemplos, são capazes de encontrar padrões facilmente, têm uma melhor memória de curto prazo e podem esperar pela gratificação com mais facilidade do que as crianças humanas.
Outras espécies de primatas também tomam melhores decisões que os adolescentes, quando se trata de assumir riscos.
Os corvos demonstraram grande flexibilidade na tomada de decisões. Em um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, os pássaros foram bem-sucedidos em um teste com objetos inseridos em recipientes cheios de água, usando outros objetos para elevar o nível da água, e, assim, obter recompensas.
Os pombos tiveram um desempenho ligeiramente melhor que os adultos em um teste multitarefa. Eles tiveram que digitar no teclado, por um curto período de tempo e, em seguida, mudar de tarefa abruptamente. Foram mais rápidos que os humanos.
Além de passar no teste do espelho, os golfinhos também podem aprender a sintaxe humana. Especialistas disseram à revista Discover que eles entendem a diferença entre “levar a bola para o aro” e “levar o aro para a bola”.
As orcas têm características semelhantes às dos golfinhos. Elas também passaram no teste do espelho e mostraram comportamentos cooperativos e sociais impressionantes, quando caçam ou aprendem.
Os chocos passaram no teste do marshmallow, que é muito simples. Os pesquisadores oferecem uma única guloseima e, se o animal esperar para comê-la, ganha mais duas prendas. Crianças menores de quatro anos não resistem e comem a guloseima rapidamente.
Os polvos têm cérebros tão complexos que apresentam variados tipos de personalidade. De acordo com a Scientific American, os pesquisadores usaram, com sucesso, um teste de personalidade humana, para determinar suas diferentes características.
Um estudo citado na Popular Science mostrou que as abelhas entendem quando não têm a capacidade de realizar de um teste. Quando as condições de uma tarefa para a qual foram treinadas mudam, elas optam por não participar. Ao contrário, os seres humanos tendem a superestimar suas habilidades.
A ciência do comportamento animal está em evolução. Comparado com outros campos da psicologia, é relativamente novo e tem muitos temas para explorar.