O fenômeno magnético que cobre parte da América do Sul
Há décadas, cientistas estudam a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), uma região da Terra onde o campo magnético é, significativamente, mais fraco, em comparação com outras áreas do planeta. Mas o que isso significa?
Com um campo magnético mais fraco, há uma redução na capacidade de filtrar a radiação cósmica e o vento solar, deixando a Terra mais exposta a estas partículas.
No entanto, isso não representa perigo, já que estas partículas são absorvidas pela atmosfera terrestre, segundo o Observatório Nacional (ON) do Brasil.
André Wiermann, tecnologista sênior do ON, explicou que "esse processo é contínuo e não afeta de forma significativa a vida das pessoas na Terra”.
Os satélites são os mais afetados por essa diminuição relativa do campo magnético, enfrentando maior exposição a radiações cósmicas e partículas carregadas.
Mas eles estão preparados para lidar com isso. “Quando os satélites passam pela região da AMAS, podem entrar em stand-by (modo de espera) para que não sofram nenhum dano", explicou Wiermann, citado pelo ON.
E acrescentou: "É como um eletrodoméstico: se há uma oscilação no fornecimento de energia elétrica, o famoso ‘pico de luz’, recomenda-se que o aparelho seja desligado para que não queime. Quando a eletricidade é normalizada, ele volta a funcionar como antes".
Esta anomalia cobre principalmente o sul e sudeste do Brasil, estendendo-se também sobre o sul do oceano Atlântico.
Este fenômeno é controlado e monitorado por órgãos internacionais, como NASA e ESA.
De acordo com a NASA, estudar a AMAS é crucial para compreender os processos que geram o campo magnético da Terra, assim como suas variações ao longo do tempo, relatou a CNN.
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O relatório também destacou que a Anomalia Magnética do Atlântico Sul está cada vez mais intensa, com um aumento de 7% nos últimos quatro anos, de 2020 a 2024, o que agrava seus impactos sobre os satélites e a propagação de sinais de rádio.
Segundo relatou o ON, o Observatório de Vassouras (VSS) fica a 120 km da cidade do Rio de Janeiro e está em operação contínua desde 1915, sendo um dos mais antigos do mundo.
O Observatório de Tatuoca, por sua vez, está em funcionamento desde 1957. Ambos são membros da INTERMAGNET, uma rede internacional de observatórios de alto padrão.