A incrível história do astronauta que ficou preso no espaço

No dia 21 de setembro de 2022, o estadunidense Frank Rubio, junto com os cosmonautas russos Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin, partiu no foguete russo Soyuz MS-22 em direção à Estação Espacial Internacional (EEI).

Quase dois meses depois de acoplados na EEI, o impacto de um micrometeorito abriu um buraco na nave espacial com a qual viajaram, causando um vazamento de refrigerante.

Assim, a viagem de retorno, prevista para seis meses depois da chegada, foi suspensa temporariamente. Havia preocupação por parte dos engenheiros de que, sem refrigerante, as temperaturas dentro da cápsula fossem muito altas ao entrar na atmosfera terrestre.

Até que, em setembro de 2023, após 371 dias na EEI, Frank Rubio, finalmente, voltou para casa, na cápsula Soyuz MS-23, enviada para substituir a primeira. Ele bateu o recorde do estadunidense que mais tempo passou no espaço.

Segundo a NASA, Frank Rubio completou, durante sua missão, 5.936 órbitas, uma viagem de mais de 252 milhões de kilômetros. O astronauta também viu a chegada de 15 naves espaciais e a partida de 14.

Frank Rubio e os cosmonautas russos pousaram em Jezkazgan, no Cazaquistão, após completarem todo o processo necessário: queimar a atmosfera, separar os módulos da espaçonave e lançar dois pára-quedas.

Imagem: NASA TV/Roscosmos

Sergey Prokopyev, comandante da Soyuz MS-23, nave com a qual os astronautas fizeram a viagem de volta, disse à equipe da Roscosmos que a tripulação estava se sentindo bem, ao passar por todos os estágios de pouso.

Imagem: NASA TV/Roscosmos

Após tanto tempo no espaço, Frank Rubio e seus colegas precisaram se recuperar fisicamente.

Ainda no espaço, Frank Rubio explicou, em relato para a EEI, que a adaptação do seu corpo à força gravitacional da Terra levaria entre dois e seis meses, pois havia perdido densidade óssea e massa muscular.

O administrador da NASA, Bill Nelson, chamou a resistência de Rubio de "uma grande contribuição para a compreensão de missões de longa duração".

“Seu trabalho abre caminho para futuras explorações”, acrescentou Bill Nelson em um post no X.

A experiência de Frank Rubio soma-se a outras que tiveram o intuito de descobrir os efeitos da exploração espacial prolongada no corpo.

Entre elas está a do astronauta Scott Kelly, que passou 340 dias no espaço, em 2012, para que a NASA pudesse comparar sua saúde com a de seu gêmeo na Terra.

Kelly (foto) detinha o recorde de maior tempo no espaço para um astronauta americano, até Mark Vande Hei suportar uma missão de 355 dias, devido a um atraso no retorno.

Frank Rubio também é considerado o primeiro astronauta de origem salvadorenha a viajar ao espaço.

"Todos se saíram muito bem. É bom estar em casa", disse Rubio ao ser recebido pela tripulação russa da missão de retorno.

Imagem: NASA TV/Roscosmos