O que dissemos sobre nós em mensagens ao espaço?
Uma das principais perguntas que o homem moderno se faz diz respeito à possibilidade da existência de outras vidas inteligentes fora do nosso planeta.
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Segundo o físico Enrico Fermi, existem bilhões de estrelas somente em nossa galéxia, muitas delas similares ao Sol. Algumas, provavelmente, contêm planetas que podem suportar vida inteligente, assim como a Terra.
Mas se o Universo e nossa galáxia estão repletos de possíveis civilizações desenvolvidas, por que ainda não estabelecemos nenhum tipo de comunicação? De nossa parte, há um trabalho sendo feito neste sentido.
Os seres humanos têm tentado avisar de sua existência no universo, desde os anos 1970. A próxima mensagem com este objetivo, chamada 'Beacon in the Galaxy', será enviada em 2023, através do maior telescópio do mundo, localizado na China.
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O plano é incluir, na mensagem, conceitos matemáticos e físicos, além de imagens digitalizadas de nossa civilização.
Antes da 'Beacon in the Galaxy', outras mensagens foram enviadas pelo homem ao cosmos.
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Em 1974, figuras estilizadas e fórmulas químicas foram enviadas através do radiotelescópio de Arecibo, em direção ao aglomerado globular M13 (cerca de 25 mil anos-luz de distância).
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Em 1972 e 1973, respectivamente, foram enviadas ao espaço as sondas Pioneer 10 e Pioneer 11. Mais tarde, foi a vez das sondas Voyager 1 e Voyager 2, em 1977.
Nestes programas espaciais, haviam placas de ouro-alumínio com a representação de um homem e uma mulher, sem roupa, e a posição do sol em relação ao centro da galáxia.
Já nas sondas espaciais do programa Voyager, foi inserido o Voyager Golden Record, um disco para gramofone que continha diferentes tipos de sons e imagens, entre outras evidências da nossa civilização.
Essas sondas são muito pequenas se considerarmos a imensidão do Universo. Isto significa que a probabilidade de serem encontradas por outra civilização é extremamente baixa.
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O próprio Carl Sagan, que liderou este projeto, disse: "Sondas espaciais e gravações só serão encontradas se houver outras civilizações capazes de viajar no espaço interestelar. Mas o lançamento desta garrafa no oceano cósmico é, pelo menos, uma esperança".
Deste ponto de vista, os discos de ouro contidos nas sondas Voyager 1 e 2 podem ser considerados como uma cápsula do tempo, mais do que uma tentativa real de estabelecer contato. Mesmo se as sondas forem encontradas daqui a milhares de anos, nós nunca saberemos disso.
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De todas as mensagens enviadas ao espaço, as contidas nas sondas Voyager 1 e 2 são, sem dúvida, as mais fascinantes. Os materiais incluídos descrevem como é o nosso planeta.
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O Golden Records contém saudações em 56 idiomas, entre eles, inglês, francês, italiano, quíchua, urdu e, até, acadiano.
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Outro material fascinante contido nas sondas Voyager 1 e 2 são os sons da terra. Trata-se de uma seção de 90 minutos de música, de diferentes culturas. As mais destacadas são: Allegro con brio, da Sinfonia 5, de Beethoven; Gavotte en rondeau, da Partita No. 3 para violino, de Bach; e Melancholy Blues, de Louis Armstrong & His Hot Seven.
Carl Sagan também tentou incluir 'Here Comes the Sun', do álbum Abbey Road, dos Beatles. Embora a banda tenha concordado, sua gravadora, EMI, não aceitou a proposta e a música ficou fora do Golden Records.
Também estava incluído no Voyager Golden Record uma coleção de 116 fotografias que ilustram a vida na Terra, bem como alguns detalhes do nosso sistema solar.
Entre as 116 fotografias, há uma imagem de uma jovem no supermercado, outra de pessoas comendo e uma, em close, do planeta Júpiter.
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Também foram enviadas imagens de alguns tratados da física, como o de Isaac Newton, chamado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica, Volume 3 (foto).
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Desde as sondas espaciais Voayger até a 'Beacon in the Galaxy', o objetivo é sempre o mesmo: deixar um rastro humano no cosmos para que, em um futuro distante, alguma vida extraterrestre possa conhecer nossa história.
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