Assassinato de PC Farias: um caso obscuro que marcou a política brasileira
Paulo César Farias, mais conhecido como PC Farias, foi um empresário brasileiro, que ganhou destaque como tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor de Mello, eleito em 1989.
Durante o mandato de Collor (foto), PC Farias tornou-se uma figura central, sendo acusado de participar de esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
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O escândalo político em torno de suas atividades, conhecido como 'Caso PC Farias', resultou no processo de impeachment do presidente Collor, em 1992. Na foto, uma manifestação contra o governo do então presidente.
No entanto, após o afastamento de Collor, Farias continuou a ser investigado, por envolvimento em diversos esquemas financeiros ilícitos.
A Polícia Federal estimou, na época, que ele gerenciava um caixa 2 com cerca de 1 bilhão de dólares (em escala americana). A fortuna estava ligada à máfia italiana e ao crime organizado internacional, segundo o site UOL.
PC Farias foi condenado pela Justiça por falsidade ideológica e abertura de contas bancárias ilegais no exterior. Mas antes de ser decretada a sua prisão, em junho de 1993, ele fugiu.
PC Farias passou mais de 150 dias foragido, escondido da Polícia Federal e da Interpol, em diversos países, incluindo Paraguai, Argentina, Uruguai e Inglaterra.
Finalmente, PC Farias foi capturado em Bangkok, capital da Tailândia, no final de novembro, sendo devidamente extraditado para o Brasil e julgado.
Ele recebeu uma sentença de quatro anos de prisão por sonegação fiscal e sete por falsidade ideológica. Cumpriu dois anos da pena e foi posto em liberdade condicional. No entanto, seis meses após sua libertação, foi tragicamente assassinado.
O ex-tesoureiro de Collor foi encontrado morto, em uma cama, ao lado de sua namorada, Susana Marcolino, em Maceió. O inquérito policial sugeriu que Susana o teria assassinado e, em seguida, tirado a própria vida.
Foto: Unsplash - Maxim Hopman
Porém, os detalhes sobre sua morte permaneceram obscuros e sem esclarecimento. De acordo com o site UOL, na noite anterior, o casal teria bebido vinho e uísque, além de comer camarão, até 00h30, na companhia do irmão de PC, Augusto, e a namorada dele, Milane.
Na época, a versão oficial dizia que Farias e Susana teriam tido uma discussão, depois que Augusto e Milane foram embora, e que o crime teria sido motivado por uma intensa crise de ciúme.
Foto: Unsplash - Nrd
No entanto, segundo a reportagem do jornal O Globo, antes mesmo da conclusão dos exames médicos e periciais, as autoridades de Alagoas já alegavam que o crime havia sido passional, descartando a hipótese de "queima de arquivo".
Foto: Unsplash - Markus Winkler
Houve discrepância entre o laudo oficial e a análise de outros peritos, que discordavam da versão apresentada. Segundo especialistas, houve alteração do local do crime, destruição de provas e, no laudo técnico, a estatura de Susana Marcolino estava errada. Tudo isso foi ignorado pelas autoridades brasileiras.
Foto: Unsplash - Bruce Mars
Em 2013, 17 anos após o crime, quatro policiais foram a julgamento popular. Eles eram responsáveis pela segurança de PC Farias, na época, e foram acusados de duplo homicídio por omissão, pois estavam presentes no local do crime, mas não impediram o assassinato. O júri absolveu os quatro réus por clemência, publicou O Globo.
A morte de PC Farias e de sua namorada, em 1996, deixou uma marca na história do país, levando a uma série de investigações e teorias controversas sobre o crime. O legado de PC Farias está associado a escândalos de corrupção, crise política e o inegável mistério em torno de sua morte.
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