Assim é como a guerra tem afetado as crianças da Ucrânia

A guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia já dura mais de dois anos e tem causado prejuízos incalculáveis às crianças do país invadido.

De acordo com a Human Rights Watch, até o momento, cerca de 4 mil escolas e creches foram danificadas ou destruídas na Ucrânia.

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A maior parte dos danos causados às instalações educacionais resultou de ataques aéreos, bombardeios de artilharia e ataques de foguetes.

Em alguns casos, houve relatos de soldados russos que saquearam escolas em territórios ocupados, o que constitui um crime de guerra.

A UNICEF estimou que, até janeiro de 2023, o número de crianças que tiveram a educação prejudicada devido ao conflito é de 5,3 milhões, das quais 3,6 milhões foram diretamente afetadas pelo fechamento de escolas.

De acordo com um inquérito partilhado pelas Nações Unidas, o nível educacional das crianças ucranianas deteriorou-se, desde o início da guerra.

Em agosto de 2023, foi observada uma redução de 57% no nível de alfabetização e competências linguísticas entre as crianças. Nas habilidades matemáticas, a queda foi de 45%.

“As crianças ucranianas pagaram um preço alto nesta guerra, porque os ataques à educação são ataques ao seu futuro”, comentou Hugh Williamson, diretor da divisão da Europa e Ásia Central, da Human Rights Watch, em seu website.

“A comunidade internacional deveria condenar os danos e a destruição de escolas na Ucrânia, bem como os saques feitos pelas forças russas”, acrescentou o diretor regional da Human Rights Watch.

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Segundo a EuroNews, as realidades de guerra também moldam o currículo escolar. As crianças na Ucrânia aprendem, por exemplo, como é uma mina e o que fazer se a encontrarem.

Entretanto, as Nações Unidas relataram que, em agosto de 2023, um terço das crianças ucranianas frequentava aulas presenciais, outro terço estudava exclusivamente online, enquanto o restante utilizava uma abordagem mista.

Em um artigo de fevereiro de 2024, o Financial Times revelou que mais de 90% das crianças que viviam nas regiões fronteiriças com a Rússia, onde a maior parte da guerra tem ocorrido, utilizavam o ensino à distância.

Em alguns lugares, como a cidade de Kharkiv, os jovens estudantes podem frequentar escolas subterrâneas, construídas em abrigos e estações de metro. No entanto, isso não é suficiente para cobrir as necessidades de toda a população em idade escolar.

“Não damos ênfase ao que acontece e tentamos não conversar com as crianças sobre isso. Quando elas falam sobre a guerra entre si, tentamos moderar o tom”, disse Anastasia Provotorova, professora da escola de Kharkiv, ao Financial Times.

Segundo a revista alemã Die Spiegel, a juventude ucraniana corre o risco de se tornar uma espécie de geração perdida.

Die Spiegel relatou que 1,5 milhão de crianças ucranianas estão em risco ou começaram a mostrar sinais de depressão, estresse, ansiedade e transtornos psicóticos.

Infelizmente, os efeitos da guerra iniciada por Vladimir Putin serão duradouros para as crianças que cresceram neste cenário.

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