Assim é como Hong Kong tem castigado seus opositores
O magnata da mídia de Hong Kong, Jimmy Lai, enfrenta, pela primeira vez, um tribunal em Hong Kong para defender sua inocência.
O opositor tem duas acusações. Uma por conspirar com forças estrangeiras e outra por publicar material sedicioso no tabloide que fundou: o Apple Daily.
O governo chinês esconde-se atrás da sua controversa Lei de Segurança Nacional, que persegue cidadãos que cometem traição, sedição ou subversão.
Jimmy Lai garante que o extinto jornal Apple Daily representava a liberdade de expressão e a busca pela democracia, segundo a Europa Press.
A Procuradoria considera que Lai utilizou o jornal para impulsionar uma campanha contra Pequim e promover a imposição de sanções internacionais.
O opositor reconheceu que se reuniu, em 2019, com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, para pedir que ele apoiasse os protestos pró-democracia que aconteciam em Hong Kong.
Jimmy Lai nega ter doado dinheiro a políticos americanos. “Só fiz doações para think tanks e organizações religiosas”, explica Lai ao portal Hong Kong Free Press.
Paralelamente, ocorre também o julgamento de 45 vozes pró-democracia, condenados a penas de até dez anos de prisão por v i o l a r e m a Lei de Segurança Nacional de Pequim.
Os 45 dissidentes são ativistas, legisladores e vereadores acusados de conspiração durante as primárias pré-eleitorais realizadas em 2020, antes das eleições gerais de Hong Kong.
O jovem Joshua Wong tornou-se um defensor da democracia no mundo. Ele é o rosto mais visível do movimento de protesto de 2019. Foi condenado a quatro anos e oito meses.
O jurista Benny Tai recebeu a pena mais alta, dez anos de prisão, por ser o “cérebro” por trás da conspiração. Sua sentença foi reduzida após se declarar culpado, assim como Joshua Wong.
A ONU alerta para a “criminalização” do ativismo que a condenação dos 45 dissidentes acarreta ao eliminar os direitos e liberdades fundamentais da população.
A ONG Human Rights Watch denuncia que as normas internacionais foram v i o l a d a s com a detenção preventiva prolongada de dissidentes sem permitir o acesso aos funcionários consulares.
O cidadão australiano-honconguês Gordon Ng, que se declarou inocente, foi condenado a mais de sete anos. A ministra australiana das Relações Exteriores, Penny Wong (foto), expressou sua “séria preocupação”.
Os Estados Unidos anunciaram a imposição de restrições de vistos contra funcionários de Hong Kong responsáveis pela aplicação da Lei de Segurança Nacional.
Um total de 291 pessoas foram detidas desde que a China aprovou a lei para punir aqueles que “colocam em perigo a segurança nacional”, segundo dados de dezembro de 2023.
Organizações humanitárias alertam para perseguições políticas. “Tentar concorrer e vencer eleições em Hong Kong é agora um crime que pode levar até dez anos de prisão”, afirma a HRW.
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