CEO de famosa empresa de criptomonedas é condenado por beneficiar clientes VIP
O multimilionário chinês Changpeng Zhao, ex-CEO da Binance, uma das plataformas de troca de criptomoedas mais proeminentes do mundo, foi condenado, depois de admitir sua culpa por v i o l a r as leis de lavagem de dinheiro nos Estados Unidos.
Esta não foi a primeira vez que ele enfrentou problemas com a justiça. Em 2023, Zhao e Samuel Lim, ex-diretor de conformidade regulatória, foram confrontados com uma ação civil movida pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC).
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Eles foram acusados de não cumprir as normas que exigem que a negociação de futuros e derivados de commodities e outros ativos seja realizada por meio de mercados regulamentados.
Na foto, Tessa Gorman, promotora federal em exercício, fala aos repórteres sobre a confissão de culpa do CEO da Binance.
"Não deixe nada por escrito", insistiu Zhao, ao dar instruções sobre como burlar a lei por meio do aplicativo Signal, usando mensagens que eram automaticamente excluídas, de acordo com um artigo publicado pelo El País.
Em 2019, a Binance bloqueou clientes dos EUA, em vez de seguir a lei. De acordo com o Departamento de Justiça, os executivos da Binance, incluindo Zhao, planejavam ajudar seus clientes VIP a abrir contas offshore e transferir seus ativos para o estrangeiro, para, então, continuar o investimento com a empresa.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen (foto), fez uma declaração, durante a conferência de imprensa do Departamento de Justiça dos EUA, em 21 de novembro de 2023, em Washington.
O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, liderou a conferência para anunciar novas medidas de aplicação de criptomoedas contra a Binance.
Em novembro de 2023, o chinês admitiu sua culpa durante uma audiência em Seattle, EUA, chegando a um acordo com o Departamento de Justiça, o Tesouro e a Comissão do CFTC para pagar uma multa recorde de mais de 4 bilhões de dólares (em escala americana), por lavagem de dinheiro e por v i o l a r as leis do mercado, conforme relatado pelo El País.
Além disso, Zhao renunciou ao cargo de CEO da Binance, segundo o Le Monde.
Segundo os procuradores, a filosofia do multimilionário era inspirada em: “É melhor pedir perdão do que pedir permissão”, conforme apontou o artigo do El País.
Nascido na China, ele emigrou para o Canadá aos 12 anos. Após formar-se em engenharia da computação, trabalhou em importantes bolsas de valores, como Tóquio e Bloomberg Tradebook. Em 2005, fundou sua própria empresa em Xangai, onde permaneceu por oito anos. Em 2014, comprou o BTC e, em 2017, lançou a Binance, que se tornou líder na negociação de criptomoedas.
(Na foto com o editor da Forbes)
A Binance está envolvida em mais de 1,5 milhão de transações, avaliadas em quase 900 milhões de dólares. Segundo informações, os EUA não tinham as medidas necessárias para impedir transações em benefício, entre outros, de grupos terroristas.
Os promotores pediam três anos de prisão, enquanto os advogados de Zhao pediam liberdade condicional.
Para reduzir a pena, os advogados propuseram que Zhao se declarasse culpado e fosse transferido dos Emirados Árabes Unidos para os EUA. No entanto, como ele não é cidadão americano, não pode ir para uma prisão de segurança mínima.
Em uma carta ao tribunal, Zhao reconheceu seu erro e admitiu ter agido fora da conformidade, relatou El País. Ele também afirmou que, sob sua liderança, foram implementadas medidas mais rigorosas contra a lavagem de dinheiro, desde 2022. Antes do veredito, expressou arrependimento ao tribunal, reconhecendo sua falha e pedindo desculpas por ela.
Após estas declarações, o juiz federal do distrito de Seattle, Richard Jones, valorizou o reconhecimento do erro por parte de Zhao e impôs uma pena de quatro meses de prisão, contra os três anos solicitados pelo Departamento de Justiça.
De acordo com a France 24, o juiz Richard Jones (foto) destacou a importância de estabelecer um precedente para desencorajar outros de cometerem atos semelhantes. “Ninguém, independentemente da riqueza, está isento ou acima das leis dos Estados Unidos”, disse ele.
A condenação da Binance reflete a ação dos órgãos reguladores dos EUA contra plataformas de criptomoedas que violam a lei. Em um tribunal de Nova York, as autoridades pediram uma multa de 5,3 bilhões de dólares (em escala americana), contra Do Kwon (foto), da Terraform Labs, depois que ele e sua empresa foram considerados culpados de fraudar investidores com a oferta TerraUSD.
Outro caso é o de Sam Bankman-Fried, cofundador da FTX, que foi condenado, em 28 de março de 2024, a 25 anos de prisão, pelo roubo de 8 bilhões de dólares (em escala americana) de clientes da plataforma. Ele planeja apelar da decisão e terá que reembolsar mais de 11 bilhões.
As empresas de criptomoeda enfrentam desafios de conformidade regulatória. A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA intensificaram a supervisão e o exame minucioso do setor.
O caso de Zhao enfatiza a importância das empresas de criptomoedas estarem atentas às regulamentações locais e colaborarem de forma estreita com os reguladores.
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