Cientistas alertam para o perigo das erupções de mais de 100 vulcões na Antártida
O acelerado derretimento do gelo na Antártida pode ativar vulcões ocultos sob sua superfície, alertaram os cientistas em um estudo recente.
O continente gelado é dividido pelas Montanhas Transantárticas e abriga vulcões imponentes, como o Monte Erebus, com seu famoso lago de lava.
São mais de 100 vulcões espalhados pela Antártida, alguns visíveis na superfície e outros ocultos sob quilômetros de gelo, relatou o jornal Live Science.
Conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha, o estudo foi publicado no jornal científico Geochemistry, Geophysics, Geosystems.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!
Durante a pesquisa, os cientistas realizaram quatro mil simulações em computador para investigar de que forma a crise climática pode impactar os vulcões ocultos sob o gelo da Antártida.
Os resultados indicam que o derretimento do gelo está intensificando a atividade de vulcões subglaciais, aumentando o risco de erupções em regiões antes estabilizadas sob a camada de gelo da Antártida.
De acordo com os pesquisadores, isso ocorre porque o derretimento do gelo reduz a pressão exercida sobre as câmaras de magma localizadas abaixo da superfície, de acordo com a revista Super Interessante.
Com menos pressão, o magma anteriormente comprimido se expande, aumentando a força contra as paredes das câmaras, o que pode levar a erupções.
Assim, a atividade dos vulcões pode ser mais frequente e também mais intensa.
Segundo a Live Science, essas erupções de vulcões subglaciais podem não ser visíveis na superfície, mas têm impacto significativo na camada de gelo.
Foto: Unsplash - Paul Summers
O calor liberado pode intensificar o derretimento nas profundezas, enfraquecendo o gelo acima e desencadeando um ciclo de retroalimentação.
Os autores destacam que esse processo ocorre de forma lenta, ao longo de centenas de anos.
Foto: Unsplash - Tetiana Grypachevska
Mesmo se o aquecimento global causado por atividades humanas for contido, o ciclo de retroalimentação pode persistir por décadas.
"Erupções sob a camada de gelo podem intensificar o derretimento, agravando os desafios já impostos pelo aumento das temperaturas globais", afirmou o estudo, citado pelo jornal Independent.
Evidências históricas sugerem que processos semelhantes podem ter ocorrido durante a última era glacial, há 12 mil anos, quando a camada de gelo da Antártida era significativamente mais espessa.
Além de representar um risco silencioso, as erupções subglaciais na Antártida pões em risco as espécias da região e em todo o planeta.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!