Chefe da OTAN faz alerta desalentador sobre guerra na Ucrânia
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, fez um sério e desalentador alerta, recentemente, com relação à guerra na Ucrânia.
A declaração veio na primeira reunião, entre ministros de Relações Exteriores, do Conselho OTAN-Ucrânia, que tem o objetivo de promover o diálogo e a cooperação entre as potências.
Stoltenberg recebeu, então, o Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na sede da OTAN, em Bruxelas.
No encontro, o Secretário-Geral Stoltenberg transmitiu o receio muito real de que não houvesse arma que pudesse expulsar as tropas russas da Ucrânia, a curto prazo.
Stoltenberg disse que embora os futuros caças F-16 da Ucrânia fossem eficazes, não significaria que iriam dar a vitória ao país.
“Penso que precisamos, agora, perceber que não existe uma solução mágica, nem um único sistema que, por si, mude, fundamentalmente, a situação no campo de batalha”, explicou Stoltenberg.
“Esta é uma questão de muitas capacidades diferentes trabalhando juntas ao mesmo tempo, o que fará com que os russos recuem. Temos de estar preparados para uma luta longa e difícil”, acrescentou o Secretário-Geral da OTAN.
“A maioria das guerras dura mais do que o esperado quando começam”, disse ele ao veículo alemão Funke, de acordo com o Politico.
E continuou: “Todos queremos uma paz rápida… ao mesmo tempo, devemos reconhecer que se Zelensky e os ucranianos pararem de lutar, o seu país deixará de existir”.
E concluiu: “Se o Presidente Putin e a Rússia pararem de lutar, teremos paz.”
Os comentários de Stoltenberg mostram como a aliança e os seus membros podem estar a encarar o conflito, depois de quase um ano de linhas de frente estagnadas e de uma provável contraofensiva falhada.
Após as derrotas russas em 2022, surgiu a esperança de que a Ucrânia seria capaz de fazer grandes progressos a meados de 2023. No entanto, essas esperanças parecem ter desaparecido.
De qualquer forma, na reunião do Conselho OTAN-Ucrânia, Stoltenberg observou também que a Ucrânia reconquistou 50% do seu território.
“À medida que a Ucrânia avançava, a Rússia retrocedia”, disse Stoltenberg. Ele acrescentou ainda que Moscou estava a perder a sua influência no exterior e a hipotecar o futuro da Rússia à China.
Militarmente, o chefe da OTAN explicou que Moscou perdeu centenas de aeronaves, bem como milhares de tanques e mais de 300.000 soldados, durante a invasão da Ucrânia. Entretanto, eram os problemas econômicos da Rússia que deveriam ser a verdadeira preocupação.
“A Rússia também está sob pressão. As receitas do petróleo e do gás estão a cair. Os ativos bancários russos estão sob sanções. Mais de 1.000 empresas estrangeiras pararam ou reduziram as suas operações… e 1,3 milhões de pessoas deixaram a Rússia no ano passado”, disse Stoltenberg.
“Tudo isto sublinha o erro estratégico de Putin ao invadir a Ucrânia”, acrescentou o Secretário-Geral da OTAN. Ainda assim, A Urânia poderá sobreviver à Rússia numa longa guerra?
No dia 2 de dezembro, Stoltenberg alertou, durante uma entrevista à emissora pública alemã ARD, que a guerra era imprevisível, mas que mais apoio à Ucrânia era a única coisa que poria fim à guerra mais cedo.
“Também devemos estar preparados para más notícias. O curso das guerras não é um processo constante, mas volátil. Devemos apoiar a Ucrânia tanto nos bons como nos maus momentos" reconheceu.