China ameaça pôr fim à aliança entre Trump e Musk?
Elon Musk e Donald Trump representam abordagens opostas em relação à China: enquanto Musk busca cooperação estratégica, Trump adota uma postura confrontadora.
A relação amistosa entre os dois levou Musk a participar de momentos importantes, como uma ligação entre Trump e o presidente da Ucrânia, Zelensky, além de ocasiões familiares, como o Dia de Ação de Graças.
Agora, o homem mais rico do mundo assumirá o papel de "czar da eficiência" no governo Trump, liderando o Departamento de Eficiência Governamental, com a missão de reduzir trilhões de dólares nos gastos públicos.
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No entanto, em relação à China, a dupla têm uma postura contrastante. Recentemente, Musk elogiou o gigante asiático como um país "verdadeiramente incrível", publicou o The Guardian.
Já Trump acusou a China do “maior roubo da história”, devido ao seu crescente déficit comercial com os EUA.
O presidente emericano ameaça aplicar tarifas de 60% sobre a importação de produtos chineses e de 100% sobre veículos elétricos.
"Tarifas são a melhor invenção de todos os tempos", declarou Trump durante um comício de campanha em Flint, Michigan, segundo a Newsweek.
Trump nomeou Michael Waltz como seu conselheiro de segurança nacional, que, segundo o Financial Times, descreveu a China como "uma ameaça existencial".
As tarifas certamente afetariam os interesses comerciais de Musk, dado que os veículos elétricos são um dos pilares de seu império.
A principal fábrica da Tesla fica em Xangai, onde as autoridades chinesas concederam benefícios especiais ao empresário para promover a transição verde no país.
Essas concessões incluíram incentivos fiscais e empréstimos a juros baixos, além da inédita permissão para abrir um negócio sem a necessidade de um parceiro local na China.
A linha de produção chinesa da Tesla representou 23% das vendas globais da empresa nos últimos três anos.
Davido ao grande sucesso da parceria, o magnata planeja abrir uma nova fábrica de baterias para armazenamento de energia no país asiático, prevista para iniciar a produção em 2025.
Fonte: Unsplash - Christian Lue
"Musk sempre foi pró-China", afirmou um ex-executivo da Tesla ao Financial Times. "A visão de que a China está a tentar prejudicar os EUA não é algo compartilhado pela Tesla."
Apesar disso, sua plataforma de mídia social, X, é proibida na China, e o programa SpaceX é encarado com desconfiança, visto como um possível precursor da supremacia espacial dos EUA.
Mesmo assim, Musk é amplamente admirado na China, onde sua visão empresarial lhe rendeu o apelido de "Homem de Ferro do Vale do Silício", segundo o Financial Times.
O magnata mantém uma postura conciliadora em relação à China enquanto estreita laços com Trump. No contexto das relações entre os EUA e a China, isso pode tomar dois rumos distintos.
"Trump e Musk podem entrar em conflito, já que Musk tende a se opor a políticas econômicas mais rígidas contra a China", afirmou Neil Thomas, membro do Asia Society Policy Institute, à Newsweek.
Outra possibilidade é que Musk consiga captar a atenção de Trump e, dessa forma, exerça influência sobre sua política em relação à China.
Assim, poderia facilitar as relações entre os dois países, desempenhando um papel semelhante ao de Henry Kissinger, o falecido Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, na década de 1970.
Se isso acontecer, “o presidente pode entrar em conflito com os 'falcões de segurança' da sua equipe de política externa”, declarou Neil Thomas à Newsweek.
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