O perigo dos vírus milenários no gelo do Ártico: "Caixa de Pandora"

Há outra razão pela qual você deve se preocupar
Jean-Michel Claverie, caçador de vírus
Riscos
A primeira descoberta de Claverie
Vírus gigantes
Inspirado no renascimento de uma flor silvestre de 30 mil anos
O primeiro renascimento de um vírus antigo
Patógenos pré-históricos da Terra
Ameba cultivada infectante
Cinco novas famílias de vírus
Perigo
Substitutos de outros vírus
Eles estão lá, mas vivos?
Há probabilidades de que sim
Vírus zumbis
O patógeno mais antigo já ressuscitado
Ameaça potencial
Uma caixa de Pandora de patógenos
Não é uma teoria qualquer
O permafrost é um reservatório de microrganismos
Já aconteceu uma vez
Surto de antraz na Sibéria em 2016
Permafrost descongelado leva ao desastre
Carcaças de renas infectadas
Infectou animais próximos
Este pode ser o nosso futuro
Há outra razão pela qual você deve se preocupar

Cientistas reviveram várias cepas de vírus antigos retirados de amostras do permafrost (superfície congelado) siberiano, na Rússia, de acordo com um estudo publicado, na revista Viruses, no começo de 2023.

Jean-Michel Claverie, caçador de vírus

Jean-Michel Claverie, professor emérito de medicina e genômica na Universidade de Aix-Marseille, caça, há décadas, patógenos antigos.

Foto do YouTube @NASEM_Health

Riscos

Seu objetivo é entender os riscos apresentados por vírus congelados, chamados "zumbis", porque não estão realmente mortos, apenas "inativos".

A primeira descoberta de Claverie

O professor de Aix-Marseille estuda um tipo muito particular de vírus, que ele descobriu, pela primeira vez, em 2003.

Foto do YouTube @NASEM_Health

Vírus gigantes

Segundo o artigo da CNN, tratam-se de vírus muito maiores do que a variedade típica. Podem ser vistos, inclusive, de um microscópio de luz comum, o que facilita sua exploração.

Inspirado no renascimento de uma flor silvestre de 30 mil anos

Foi uma experiência de uma equipe de cientistas russos, em 2012, que reviveu uma flor silvestre de um tecido de semente de 30 mil anos, o que inspirou os estudos de Aix-Marseille.

Foto de Maria Khoreva, trabalho próprio, https://en.wikipedia.org/wiki/Silene_stenophylla#/media/File:Silene_stenophylla_115390032.jpg

O primeiro renascimento de um vírus antigo

Em 2014, Claverie e sua equipe de cientistas conseguiram fazer o mesmo com um vírus que descobriram no permafrost, inserindo-o em uma cultura de células.

Foto do YouTube @NASEM_Health

Patógenos pré-históricos da Terra

Claverie ativou um segundo vírus antigo em 2015 e, agora, várias cepas de vírus pré-históricos.

Ameba cultivada infectante

Desta vez, as amostras foram retiradas de sete lugares diferentes na Sibéria e mostraram que cada uma delas ainda poderia infectar células de amebas cultivadas.

Cinco novas famílias de vírus

As cepas encontradas representam cinco novas famílias de vírus.

Perigo

O professor acredita que seu trabalho revelou um perigo real para o futuro da humanidade.

Substitutos de outros vírus

“Vemos esses vírus que infectam amebas como substitutos de todos os outros vírus possíveis que possam estar no permafrost”, disse Claverie à CNN.

Eles estão lá, mas vivos?

“Vemos vestígios de muitos, muitos outros vírus, então sabemos que eles estão lá. Não sabemos ao certo se eles ainda estão vivos", continuou Claverie. 

Há probabilidades de que sim

“Se os vírus da ameba ainda estão vivos, não há razão para que os outros vírus não continuem vivos", explica.

Vírus zumbis

Neste caso, segundo o professor, seriam capazes de infectar seus próprios hospedeiros.

O patógeno mais antigo já ressuscitado

Os vírus ressuscitados por Claverie e sua equipe têm aproximadamente 48.800 anos. Os anteriores tinham 27 mil anos.

Ameaça potencial

A Aliança Global para Vacinas e Imunização (GAVI) reconheceu a ameaça potencial representada pelo degelo do permafrost da Terra.

Uma caixa de Pandora de patógenos

Segundo a GAVI, o fenômeno poderia abrir uma "Caixa de Pandora de patógenos”.

Não é uma teoria qualquer

A teoria de que o derretimento do permafrost poderia liberar vírus antigos em novos hospedeiros não é tão estranha quanto pode parecer à primeira vista.

O permafrost é um reservatório de microrganismos

Em 2022, um estudo publicado na One Earth apontou que grande parte do permafrost do mundo abriga microorganismos e vírus não caracterizados. Destes, muitos podem ser "viáveis".

Já aconteceu uma vez

Ainda mais preocupante do que a ideia de que o derretimento do permafrost pode liberar vírus antigos capazes de infectar humanos, é o fato de saber que isso aconteceu.

Surto de antraz na Sibéria em 2016

Em 2016, um misterioso surto de antraz na Sibéria foi causado pelo degelo do permafrost, de acordo com Michaeleen Doucleff, da NPR.

Permafrost descongelado leva ao desastre

Segundo a reportagem, não se sabe exatamente como tudo começou.

Foto do Twitter @siberian_times

Carcaças de renas infectadas

Entretanto, uma onda de calor poderia ter derretido o o chão congelado, onde havia carcaças de rena infectadas com antraz, décadas atrás.

 

Infectou animais próximos

Assim, os esporos dos esqueletos acabaram por infectar as renas que pastavam nas proximidades, segundo a NPR.

Este pode ser o nosso futuro

O incidente poderia ser um exemplo das consequências do aquecimento global, cada vez mais perigoso.

Foto do Twitter @siberian_times

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