Cinco inventores mortos por suas próprias invenções
A química e primeira m u l h e r vencedora do Prêmio Nobel, Marie Curie, faleceu após anos de exposição à radiação, enquanto fazia pesquisas sobre radioatividade. O mundo é eternamente grato por seu sacrifício.
No entanto, nem todos os inventores que morreram a serviço da ciência são tão apreciados e lembrados quanto Curie. Na galeria, selecionamos alguns dos casos mais curiosos da história!
Franz Reichelt foi um alfaiate e inventor francês, que nasceu em 1878, no Império Austro-Húngaro. Ele é lembrado principalmente por tentar desenvolver um traje de paraquedas, que permitiria aos aviadores pousar com segurança.
Os primeiros experimentos com bonecos foram bem-sucedidos, mas Reichelt teve dificuldade em fazer um traje prático. Especialistas tentaram dissuadi-lo da ideia, mas Reichelt perseverou. O próximo passo? Um teste na Torre Eiffel.
Em fevereiro de 1912, o inventor recebeu permissão para realizar experimentos na Torre Eiffel. As autoridades locais tinham entendido que Reichelt testaria sua invenção com bonecos, mas, na fria manhã de 4 de fevereiro de 1912, o inventor foi ao local vestido com o traje.
Imagem: British Pathé
“Quero fazer o experimento eu mesmo e sem truques, pois pretendo provar o valor da minha invenção”, declarou Rechelt, momentos antes de pular do primeiro convés da Torre Eiffel.
Imagem: British Pathé
Em um dos pontos turísticos mais visitados do mundo, a cerca de 57 metros de altura, Rechelt saltou para sua morte. Seu invento nunca foi resgatado.
Imagem: British Pathé
Outro inventor austríaco foi Max Valier, que sonhava com a possibilidade de fazer viagens espaciais, desde a década de 1920.
Valier era altamente metódico e desenvolveu um plano de quatro etapas. Primeiro, ele construiria carros terrestres movidos a foguetes, com o intuito de transformá-los em carros voadores e, finalmente, em uma espaçonave. No entanto, seu sonho nunca decolou.
O aviador austríaco conseguiu fazer carros-foguete que podiam atingir velocidades impressionantes: mais de 233 quilômetros por hora.
No entanto, os planos de Valier chegaram ao fim em 1930, quando um foguete movido a álcool explodiu em seu laboratório, em Berlim, matando-o.
Valier estava longe de ser o primeiro astronauta, mas alguns de seus pupilos tornaram-se pioneiros no estudo de foguetes e conseguiram até trabalhar para a NASA. Entre eles, Arthur Rudolph.
Multitalentoso, Francis Bacon foi uma figura fascinante: filósofo, estadista, cientista, autor e pioneiro do método científico. Ele era, literalmente, um homem renascentista.
Durante uma estadia em Highgate, perto de Londres, Bacon teve a ideia de rechear um frango com neve, para melhor conservá-lo.
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Acredite ou não, Bacon não morreu de salmonela. Seu experimento acabou muito bem. Mas, infelizmente, ele pegou pneumonia enquanto congelava o frango e não resistiu. Ainda assim, Bacon é considerado uma das maiores mentes do mundo.
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Assim como Francis Bacon, Alexander Bogdanov foi um pouco de tudo: médico, escritor de ficção científica, revolucionário bolchevique e filósofo. Na imagem, Bogdanov pode ser visto com seu colega marxista e rival político, Vladimir Lenin, durante um jogo de xadrez.
Na década de 1920, a Rússia era um lugar cheio de intrigas políticas, autoritarismo e problemas econômicos.
Foi neste período difícil que Bogdanov, em vez de resignar-se até a morte, salvou Stalin com a ajuda da transfusões de sangue.
Bogdanov havia desenvolvido uma teoria de que as transfusões de sangue poderiam proporcionar-lhe a juventude eterna. O filósofo soviético afirmou que obter sangue de pessoas mais jovens melhorou sua visão, parou sua calvície e o tornou dez anos mais jovem.
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No entanto, seus experimentos foram interrompidos em 1928. Uma transfusão de sangue de um doador que sofria de malária e tuberculose custou-lhe a vida.
Horace Lawson Hunley, nascido no Tennessee, era um engenheiro naval que queria servir a seu país. Hunley desenvolveu o primeiro submarino capaz de afundar, com sucesso, um navio de guerra.
Batizado de CSS Hunley, o submarino de propulsão por manivela começou sua carreira em julho de 1863. No entanto, a partir de então, as coisas só pioraram.
Em 29 de agosto daquele ano, o pioneiro submarino de guerra causou suas primeiras baixas: cinco tripulantes se afogaram durante um teste, depois que o capitão, acidentalmente, abriu uma escotilha com o pé.
Após o incidente, o Exército colocou Hunley como parte da tripulação do submarino, para fazer um ataque experimental. A intenção era conseguir melhores resultados, no entanto, em 15 de outubro de 1863, oito tripulantes morreram afogados, incluindo seu inventor.
Finalmente, em 17 de fevereiro de 1864, um único torpedo disparado pelo submarino CSS Hunley atingiu o casco do USS Housatonic, no porto de Charleston. A embarcação afundou em cinco minutos, matando soldados da União. Na foto, podemos ver a costa de Charleston, hoje.
Imagem: Nick Dominguez / Unsplash
Esta seria a primeira e última missão do CSS Hunley. O submersível, pela terceira (e última) vez, matou oito tripulantes confederados. Mais de um século depois, os restos do submarino foram redescobertos e, finalmente, levados à superfície, em 2000.
Os restos mortais da tripulação foram enterrados em 2004, em Charleston, em um evento com a participação de milhares de pessoas. Mais uma vez, uma embaraçosa derrota é transformada em uma espécie de vitória moral.