Em 7 anos, restos de asteroide destruído pela NASA podem colidir com a Terra
Na noite de 26 para 27 de setembro de 2022, a sonda DART atingiu com sucesso o asteroide Dimorphos, a 11 milhões de km da Terra. Esse importante evento comprovou a eficácia do método de deflexão cinética, uma estratégia para desviar corpos que ameaçam o nosso planeta.
A sonda impactou Dimorphos, a pequena lua do asteroide Didymos, gerando consequências significativas, conforme observou uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Eloy Peña-Asensio, da Universidade Politécnica de Milão.
A equipe de pesquisa conduziu um estudo para avaliar as consequências de longo prazo da missão DART, focando nos destroços gerados pelo impacto.
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A pesquisa foi realizada a partir de dados coletados pelo CubeSat LICIACube (Light Italian CubeSat for Imaging of Asteroids), satélite construído pela empresa italiana Argotec. O LICIACube foi lançado dez dias antes do impacto da missão DART e registrou o evento, fornecendo dados essenciais sobre as condições iniciais do material ejetado.
Segundo o site Astrospace, graças aos dados coletados pelo LICIACube, os pesquisadores conseguiram realizar "simulações dinâmicas de mais de 3 milhões de partículas, com tamanhos variando de 10 centímetros a 30 micrômetros e velocidades de até 500 m/s."
A trajetória dos detritos foi rastreada por supercomputadores no Navigation and Ancillary Information Facility (NAIF) da NASA, com uma projeção de 100 anos.
Crédito: NASA
A análise desses detritos é fundamental para obter dados sobre a composição e a estrutura de Dimorphos, bem como para expandir nossa compreensão sobre os impactos de alta velocidade no espaço.
Crédito: NASA
De acordo com as projeções, os destroços gerados pelo impacto da missão DART poderão atingir a Terra em 7 anos e chegar a Marte em 13.
Crédito: Willgard Krause do Pixabay
A análise dos pesquisadores mostram que os detritos seguem padrões de distribuição definidos: fragmentos destinados a Marte vêm principalmente da zona norte do ponto de impacto em Dimorphos, enquanto os detritos que se dirigem ao sistema Terra-Lua têm origem na parte sudoeste do local.
Crédito: izhar envergonhado do Pixabay
Segundo o estudo, as partículas maiores terão maior probabilidade de chegar a Marte, enquanto as menores chegarão à Terra.
"Se estes fragmentos de Dimorphos chegarem à Terra, não representarão qualquer perigo", disse Peña-Asensio, citado pelo Astrospace.
E continuou: "Devido ao seu pequeno tamanho e alta velocidade, os destroços se desintegrarão na atmosfera, criando um rastro brilhante no céu".
As simulações mostram que a chegada dos detritos é influenciada por intervalos sinódicos, que correspondem aos períodos orbitais dos corpos celestes envolvidos. Isso permite prever com precisão quando e onde os detritos estarão.
Deste modo, o estudo ajudará os astrônomos em futuras campanhas de observação.
Esta será a primeira chuva de meteoros "artificiais", chamada pelos pesquisadores de 'Dimorfídeos'. Espera-se que os astrônomos possam observar esses meteoros no futuro para dar continuidade aos seus estudos.
A próxima missão será a 'Hera', da Agência Espacial Europeia (ESA), prevista para iniciar em outubro de 2024. Seu objetivo é aprofundar o estudo das consequências do impacto causado pela missão DART, examinando a cratera formada pela colisão da sonda.
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