As duas razões pelas quais Kamala Harris não conseguiu vencer as eleições
Há duas razões pelas quais Kamala Harris foi derrotada de forma espetacular na eleição presidencial estadunidense, na última terça-feira (5).
A mais óbvia foi sua falha em se distanciar do governo Biden quando o público americano clamava por mudanças.
A menos óbvia foi escolher o governador de Minnesota, Tim Walz, de tendência esquerdista, como seu companheiro de chapa.
O estatístico americano e membro fundador do grupo 'She Shoulda Picked Shapiro', Nate Silver, disse ao New York Times: "Acho que está relativamente claro, agora, que ela cometeu um erro".
“Waltz foi medíocre no debate e tem sido medíocre e nervoso em suas aparições públicas”, acrescentou o fundador do agregador de pesquisas 538 e autor do 'Silver Bulletin'.
Ele acrescentou que, embora o debate não tenha sido um fator decisivo, era “o único trabalho” de Walz, então ele “realmente deveria ter arrasado”.
O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, que era o favorito para ser o vice-presidente de Harris, era visto como alguém que poderia ter ajudado os democratas a vencer no importante Estado, de acordo com a Associated Press.
Antes de Walz ser nomeado, Trump perdia, nas pesquisas, na Pensilvânia. Mas no final de outubro isso mudou, de acordo com o 538.
Mas não se pode esperar que Tim Walz assuma mais do que uma pequena parcela da responsabilidade pela derrota esmagadora dos democratas em uma eleição que as pesquisas classificavam como um empate técnico.
O principal problema parece ter sido Harris apegar-se ao legado de Biden, apesar do fato de os índices de aprovação dele terem caído em percentuais.
Na Fox News, o apresentador do 'Daily Show', Jordan Klepper, zombou da resposta de Harris à pergunta sobre o que ela faria diferente de Biden, quando participou do programa da ABC, 'The View'. “Nada me vem à mente”, foram as palavras da candidata.
Isso levou Klepper a responder em seu próprio programa: “Vamos, vamos, Sra. VP, esta é uma oportunidade de se diferenciar de uma administração impopular. Certamente você faria algo diferente.”
Apesar da recuperação milagrosa da economia dos EUA após a pandemia, conforme sinalizado pelo The Financial Times, os americanos estão claramente insatisfeitos e irritados com as altas taxas de inflação.
De acordo com o estrategista do Partido Republicano Matt Terrill, a economia, inflação e segurança de fronteira terminará levando a um referendo sobre o governo Biden-Harris”, relata o US Sun.
"Se esta for realmente uma eleição de mudança, Harris tem que encontrar uma maneira de falar sobre como ela será diferente – particularmente no que se refere à inflação e à segurança da fronteira", acrescentou Terrill.
Claramente, Harris não teve sucesso. A editora da BBC nos EUA, Sarah Smith, disse em 6 de novembro que, quando se trata de imigração e do voto latino, os democratas entenderam mal o que os latinos de segunda e terceira geração querem.
“Os democratas presumiram por muito tempo que se eles falassem sobre não querer ser muito rigorosos com a imigração, permitindo um caminho para a cidadania para imigrantes ilegais e permitindo que mais pessoas entrassem, isso seria bem-vindo pela comunidade latina”, disse Smith no programa 'Today'.
“Mas os eleitores que estão aqui, há gerações, e que se consideram americanos não querem necessariamente ver uma política de fronteira frouxa; eles têm a mesma visão de muitos outros grupos demográficos nos Estados Unidos sobre isso”, explicou.
Enquanto isso, o ex-congressista republicano Jake LaTurner disse ao programa 'Today': “Kamala Harris teve muitos ventos contrários. Dois terços ou mais de dois terços dos americanos acham que estamos indo na direção errada.”
“Não é que todas essas dezenas de milhões de americanos gostem de tudo o que Donald Trump diz ou faz, mas muitos deles, principalmente os eleitores de primeira viagem, sentem, pela primeira vez na vida, que alguém está disposto a lutar por eles, alguém vai perturbar o sistema”, continuou.
“Muitas pessoas sentiram-se em casa com Donald Trump e sentiram que ele iria melhorar a economia e a imigração”, acrescentou.
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