Cientistas encontram um organismo vivo que não é um animal
Pesquisadores da Universidade da California Berkeley encontraram um organismo curioso, do tamanho de um grão de poeira, escondido em um lago da Califórnia.
Trata-se de um coanoflagelado. De acordo com aum comunicado da instituição de ensino, essas espécies não são animais, mas membros de um grupo irmão de todos os animais.
Imagem: Cristian Palmer / Unsplash
Os coanoflagelados são um tipo de vida unicelular que pode se dividir para formar colônias multicelulares, semelhante à maneira como os embriões animais, incluindo humanos, se formam.
Imagem: Davis Laundon e Pawel Burkhardt, Sars Centre, Noruega; Kent McDonald e Nicole King, UC Berkeley
É por isso que os especialistas consideram a criatura o parente vivo mais próximo de todos os humanos, uma figura congelada no tempo de como era a vida antes que formas complexas como a nossa evoluíssem.
O organismo foi encontrado no Lago Mono, na Sierra Nevada O r i e n t a l da Califórnia, e batizado de Barroeca monosierra.
A nova espécie soma-se a uma série de outras, também particulares. O Lago Mono tem um ecossistema muito peculiar, com camarão de salmoura e nuvens negras de moscas alcalinas. Ele também tem formações de tufas imponentes.
O que é único sobre o novo tipo de coanoflagelado é que ele abriga seu próprio microbioma (um ecossistema de bactérias em seu interior), assim como os humanos e outros animais.
Geralmente, os coanoflagelados comem bactérias. Em vez disso, a Barroeca monosierra as mantém dentro de seu organismo multicelular, assim como os animais as mantêm dentro de seus intestinos.
O comunicado da Universidade da Califórnia diz que os coanoflagelados podem contar aos cientistas sobre a origem dos animais há mais de 650 milhões de anos, dando informações sobre as criaturas que viviam no oceano naquela época.
"Muito pouco se sabe sobre coanoflagelados, que são fenômenos biológicos interessantes. Só podemos obter pistas se entendermos sua ecologia", disse Nicole King, professora da UC Berkeley, no press release.
As novas espécies podem fornecer informações cruciais sobre a origem das relações entre organismos multicelulares e bactérias que levaram aos microbiomas de humanos e outros animais.
"Os animais evoluíram em oceanos que eram cheios de bactérias. Então, se estudarmos organismos que estão vivos hoje, podemos reconstruir o que aconteceu no passado", disse o professor King.
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