Imposto sobre a carne ajudaria a salvar o mundo?
Resolver a crise climática e garantir a estabilidade ambiental é um dos desafios mais urgentes que a humanidade enfrenta atualmente. Mas será que as pessoas estão dispostas a fazer o que for preciso para salvar o planeta?
A solução parece simplista, mas tributar a carne pode ser uma das melhores formas de controlar a situação climática, de acordo com um estudo publicado na Review of Environmental Economic and Economic Policy.
Foto de Li-An Lim no Unsplash
O professor Linus Mattauch, da Oxford Martin School, um dos principais autores do estudo, explicou que a pecuária é responsável por muitos dos problemas climáticos atuais.
Crédito da foto: Twitter @LinusMattauch
Além de ser uma das principais fontes de emisão de gases de efeito estufa, a criação de animais também contribui com a poluição da água e do solo, bem como o desmatamento de terras, usadas para pastagens e plantações para a alimentação do gado.
Foto de Harry Grout no Unsplash
O problema é tão grave que as evidências sugerem que o mundo não será capaz de cumprir os objetivos climáticos e manter intactos os ecossistemas vitais do planeta, a menos que reduza os níveis de consumo de carne. Mas como fazer isso?
Foto de José Ignacio Pompé no Unsplash
Uma solução que Mattauch e os seus colegas propuseram foi criar um imposto sobre a carne, para orientar a decisão dos consumidores. No entanto, é provável que essa medida não tenha apoiadores nos países centrados neste produto.
Foto de Jo Jo no Unsplash
Os investigadores sugeriram que o preço médio de quase todas as carnes deveria sofrer um aumento, para compensar os problemas climáticos. A carne bovina, por exemplo, precisaria aumentar de 35% a 56%.
Foto de Madie Hamilton no Unsplash
Quem pensa em substituir a carne de vaca pela de cordeiro, ainda enfrentaria um aumento de 19%. No caso do frango, o preço seria 25% maior.
Foto de Madie Hamilton no Unsplash
Mattauch disse que as dietas ocidentais são as mais carnívoras, mas informou que não seria preciso eliminar totalmente a proteína animal. Em vez disso, devemos fazer uma transição, incluindo cada vez mais proteínas vegetais nas nossas refeições.
Foto de Khalid Boutchich no Unsplash
“Juntamente com outras medidas, os impostos sobre o consumo de carne poderiam ser uma alavanca importante para incentivar essa transição”, explicou Mattauch. Mas será que os ocidentais aceitarão mudar as dietas tradicionalmente ricas em carne?
Foto de Rui Alves no Unsplash
Segundo a Bloomberg News, os estadunidenses consomem, em média, de 127 quilos de carne por ano, enquanto, em países mais pobres, a média de consumo anual é de apenas 4,5 quilos.
Foto de Sander Dalhuisen no Unsplash
O consumo de carne bovina no Brasil registrou uma queda pelo quarto ano consecutivo em 2022, atingindo o nível mais baixo desde 2004, com uma média de 24,2 quilos por habitante, de acordo com informações fornecidas pela Consultoria Agro do Itaú BBA, informou o G1.
Essa redução no consumo da proteína animal pode ser atribuída, em parte, ao aumento nos preços da carne, desde 2020. Além disso, a crescente pobreza e a queda da renda da população durante a pandemia também contribuíram para a diminuição do consumo.
Já os portugueses estão entre os que mais consomem carne na Europa. Em 2022, o país consumiu, em média, 118 quilos por pessoa, segundo o Instituto Nacional de Estatística de Portugal.
A agência de notícias Bloomberg News informou que os Estados Unidos são o terceiro maior consumidor de carne bovina do mundo e o sexto maior consumidor de frango. Estes números colidem com a capacidade do país de cumprir suas promessas quanto as alterações climáticas.
Foto de Louis Hansel no Unsplash
Uma pesquisa da Compassion in World Farming, uma organização sem fins lucrativos, descobriu que os Estados Unidos não conseguirão cumprir o seu objetivo climático de manter o aumento da temperatura da Terra abaixo de 1,5ºC sem reduzir o consumo de carne em 82%.
Foto de Markus Spiske no Unsplash
Fazer com que os americanos reduzam o consumo de carne em uma quantidade tão grande pode não parecer viável, mas Mark Gongloff, da Bloomberg, observou que se o consumo fosse reduzido pela metade, as emissões de carbono relacionadas à criação de animais baixariam em 43%.
Foto de Annie Spratt no Unsplash
Ainda não se sabe se as pessoas estariam ou não dispostos a fazer o sacrifício, mas tributar a carne poderia deixar os mais pobres do país em apuros. No entanto, Gongloff disse que o problema poderia ser resolvido com descontos fiscais para os menos favorecidos.
Foto de Lance Grandahl no Unsplash
Além de tudo, há outras questões envolvidas, como a falência dos produtores de carne e dos agricultores.
Foto de engin akyurt no Unsplash