Motivos que podem provocar acidentes de avião
O recente acidente com o avião da Voepass em São Paulo, que resultou na morte de 62 pessoas, levantou questões sobre a segurança das aeronaves.
Se o transporte aéreo é um dos mais seguros do mundo, por que ocorrem acidentes fatais? Veja as principais causas, na galeria.
No caso do acidente envolvendo a Voepass, a investigação ainda está em andamento. Segundo especulações de especialistas, a formação de gelo sobre as asas da aeronave pode ter contribuído para a tragédia.
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De acordo com a Agência Brasil, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deve concluir um relatório preliminar com as prováveis causas da queda da aeronave em até 30 dias.
Na foto, Marcelo Moreno, da Força Aérea Brasileira.
Segundo dados de um relatório da Boeing, segunda maior fabricante de aviões do mundo, a maior causa de mortes relacionadas a acidentes aéreos é a "perda de controle do voo".
"No caso da perda de controle, por exemplo, pode acontecer por uma infinidade de razões, seja humana ou não. A gente tem que entender que é multifatorial e há múltiplas possibilidades", disse Maurício Pontes, especialista em acidentes aeronáuticos e assessor executivo da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac), à BBC.
Dos 32 acidentes fatais ocorridos entre 2013 e 2022, 9 foram causados por esse motivo, resultando em 757 vidas perdidas.
O segundo fator que mais causa acidentes é a "falha ou mau funcionamento de sistema, não relacionado ao motor". De acordo com a Boeing, foram 158 mortes em decorrência deste tipo de defeito.
Em terceiro lugar, está a "saída da pista durante a decolagem ou pouso". Este problema causou 134 mortes, em 6 acidentes.
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Já os 'lapsos relacionados ao combustível' contribuíram com 71 mortes, em um acidente.
Nesta lista, foram citadas também como causa frequente de acidentes: "voo controlado em direção ao terreno" e problemas relacionados ao "congelamento".
No que se refere à fase do voo em que mais há acidentes, a aterrisagem fica em primeiro lugar. Dos 32 acidentes fatais na década mencionada, 10 ocorreram durante o pouso.
Outros 5 acidentes ocorreram durante a aproximação final, justamente antes do pouso, enquanto a decolagem ficou em terceiro lugar, fase em que ocorreram 4 acidentes.
O banco de dados online Plane Crash Info, que reúne estatísticas mundiais sobre acidentes aéreos, indica que 49% dos casos registrados entre 1950 e 2019 foram causados por erro humano. A falha mecânica é a segunda maior responsável, com 23%, seguida por fatores climáticos, que representam 10% dos incidentes, relatou a BBC.
Mesmo assim, a probabilidade de ocorrer um acidente aéreo é mínima. De acordo com relatório da Boeing, o número de acidentes envolvento aviões comerciais a jato entre 2013 e 2022 diminuiu quando comparada à década anterior.
De acordo com a empresa, ocorreram 300 acidentes na última década e, destes, apenas 11% foram fatais.
Na América do Sul, entre 2013 e 2022, a cada um milhão de decolagens, apenas 0,21 voos envolveram fatalidades. Na década de 1993 a 2002, essa taxa era de 1,73, segundo relatório da Boeing.
Embora a falha humano seja um aspecto complexo na análise de acidentes aéreos, justamente por envolver múltiplos fatores, as falhas mecânicas são quase zero. Maurício Pontes, da Abrapac, disse à BBC: "Não existe atividade mais regulada que as indústrias aeroespacial e nuclear. A tendencia é ter cada vez mais segurança em relação ao fator material, até pelas tecnologias que estão sendo desenvolvidas. Mas acontece."
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