Este animal come seu próprio cérebro e isso pode ser bom para sua saúde!

Como a maioria dos animais enfrenta os meses de inverno
Este é o musaranho
Onde vivem os menores mamíferos do mundo?
Uma característica especial
Como este pequeno animal sobrevive a temporadas frias:
O Fenômeno Dehnel
O que dizem especialistas sobre os musaranhos
Um mamífero surpreendente
Como isso pode nos ajudar a tratar o Alzheimer?
John Dirk Nieland
Fármacos são criados para imitar o musaranho
O processo é incrível, mas tem um custo
Cérebros menores têm um pior desempenho
Tudo tem um preço
A boa notícia: o cérebro se recupera
A inteligência volta
Regenerar cérebros em humanos?
Os próximos passos
O crescimento não é uniforme
Ainda há muita pesquisa pela frente
No futuro, isso poderá ser usado como um tratamento
Como a maioria dos animais enfrenta os meses de inverno

Durante os longos meses de inverno, a maioria dos animais que enfrentam uma escassez de alimentos diminui o ritmo e hiberna ou migra para regiões mais quentes. Mas o musaranho adota uma estratégia diferente, que despertou o interesse da ciência.

Este é o musaranho

O musaranho-pigmeu (também conhecido como megera) mede, em média, 52 milímetros e pesa entre 1,2 e 2,7 gramas! Geralmente, estes minúsculos animais vivem sozinhos e possuem como característica marcante um focinho comprido.

Onde vivem os menores mamíferos do mundo?

Seu habitat natural fica na Europa central e do norte e também em grande parte da Ásia. No Brasil, não há nenhuma espécie de musaranho.

Foto: Unsplash - Aren Nagulyan

Uma característica especial

Mas a característica que mais chama a atenção dos cientistas é sua estratégia de sobrevivência, baseada na eficiência energética.

Como este pequeno animal sobrevive a temporadas frias:

Para reduzir suas calorias e sobreviver aos meses de inverno, o musaranho consome seu próprio cérebro, reduzindo seu tamanho em até um quarto. Mas, quando chega a primavera, recupera grande parte do órgão perdido!

O Fenômeno Dehnel

Esse processo de autocanibalização é conhecido como fenômeno de Dehnel e foi descoberto por August Dehnel, em 1949, depois que ele percebeu que os crânios de musaranhos coletados na Polônia e na Bielorrússia contraíam e expandiam, dependendo das estações do ano.

O que dizem especialistas sobre os musaranhos

“É um animal maluco, mas podemos aprender muito com eles”, disse Dina Dechmann, ecologista comportamental do Instituto Max Planck de Comportamento Animal, na Alemanha.

Um mamífero surpreendente

Através do musaranho, podemos aprender como funciona o processo de regeneração do material cerebral, algo que antes acreditava-se ser impossível em mamíferos.

Como isso pode nos ajudar a tratar o Alzheimer?

Compreender como regenerar o tecido cerebral pode ajudar médicos e pesquisadores a tratar o Alzheimer ou a esclerose múltipla. Isto porque um dos sintomas de doenças neurodegenerativas é justamente a diminuição do tamanho do cérebro.

John Dirk Nieland

“No começo, eu não conseguia entender direito como funcionava o processo”, disse John Dirk Nieland, professor associado de ciência e tecnologia da saúde, na Universidade de Aalborg, que trabalha com Dina Dechmann.

Fármacos são criados para imitar o musaranho

De acordo com Dino Gandoni, jornalista do Washington Post, Nieland trabalha atualmente na pesquisa de medicamentos que possam imitar a química cerebral encontrada em cérebros de musaranhos.

O processo é incrível, mas tem um custo

“É realmente incrível a maneira como eles reagem e respondem”, acrescentou Nieland. Por outro lado, a capacidade de reduzir o tamanho do cérebro tem um alto custo.

Cérebros menores têm um pior desempenho

Em um experimento feito para testar sua capacidade de localizar comida, a equipe de Dina Dechmann descobriu que musaranhos de cérebro maior tiveram um desempenho melhor do que seus equivalentes de cérebro menor.

Tudo tem um preço

"É um compromisso", afirmou Dechmann, e acrescentou: “Você dimunui seu cérebro e economiza energia, mas torna-se menos capaz de resolver certas tarefas de aprendizado”.

A boa notícia: o cérebro se recupera

A verdadeira mágica, no entanto, está em que a redução e o crescimento do cérebro do musaranho parece não afetar sua inteligência a longo prazo.

A inteligência volta

No experimento, à medida que os musaranhos de cérebro menor regeneraram seu material cerebral, ficou evidente que sua capacidade de resolver problemas retornou.

Regenerar cérebros em humanos?

O resultado do experimento sugere que pode ser possível regenerar o material cerebral em humanos, chegando a seu estado de cognição original.

Os próximos passos

O próximo passo para Dechmann e sua equipe é descobrir como funciona exatamente o processo de redução do cérebro do musaranho.

O crescimento não é uniforme

De acordo com Dechmann, o crescimento do cérebro do musaranho não parece ser uniforme, o que significa que possivelmente algumas áreas do cérebro não se recuparam completamente.

Ainda há muita pesquisa pela frente

“Estamos longe de chegar a resultados aplicados”, alertou Dechmann. Mesmo assim, a equipe está otimista!

No futuro, isso poderá ser usado como um tratamento

John Dirk Nieland, que trabalha no desenvolvimento de um possível medicamento, observou: “Talvez possamos usar esses caminhos também para tratar doenças cerebrais”.

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