Esta estratégia da Rússia na Ucrânia não é boa para Putin
Em 31 de maio, o Ministério de Defesa do Reino Unido confirmou que Moscou, provavelmente, sofreu meio milhão de baixas, desde que iniciou sua invasão da Ucrânia.
As táticas russas são o que tem causado tamanho desastre. "A elevada taxa de baixas é, provavelmente, um reflexo da ofensiva de desgaste em curso da Rússia", diz o documento.
Analistas do Ministério da Defesa explicaram que o treino limitado impediu as forças russas de realizarem operações ofensivas mais complexas.
Assim, os comandantes foram forçados a usar ataques de pequena escala e mais dispendiosos, para enfraquecer as defesas ucranianas.
A Rússia tem podido absorver as baixas crescentes, porque recruta soldados suficientes para substituir os perdidos, nos seus ataques ofensivos. A situação, porém, atrapalha seu esforço de guerra.
“A Rússia continua a recrutar soldados adicionais para apoiar esta estratégia. No entanto, a necessidade de reabastecer continuamente o pessoal da linha da frente certamente continuará a limitar uma maior capacidade de ataque”, explica o Ministério britânico.
A situação foi confirmada pelo vice-ministro da Defesa ucraniano, tenente-general Ivan Havrylyuk.
Ele explicou, num artigo publicado em 9 de julho pela The New Voice of Ukraine, que Moscou teria dificuldade de manter a iniciativa, usando suas vantagens em homens e equipamentos.
Havrylyuk disse que a Rússia perdeu 5 mil militares em batalhas, que duraram meses, para capturar um distrito na cidade montanhosa de Chasiv Yar.
Entretanto, o objetivo foi conseguido, de acordo com relatórios recentes da Rússia, divulgados pela CNN, o que poderia representar uma dificuldade significativa para as tropas ucranianas envolvidas na defesa da área.
Sobre a situação nesta região em específico, o relatório recente do Ministério de Defesa britânico diz: “O aumento das perdas reflete a abertura da nova frente pela Rússia na região de Kharkiv, mantendo ao mesmo tempo o mesmo ritmo de operações ofensivas ao longo do resto da frente”.
“Embora esta nova abordagem tenha aumentado a pressão na linha da frente, uma defesa ucraniana eficaz e a falta de treino russo reduzem a capacidade da Rússia de explorar quaisquer sucessos táticos, apesar da tentativa de ampliar ainda mais a linha da frente”, acrescenta o documento.
Analistas do Ministério da Defesa acreditam que a taxa média diária de baixas russas permanecerá acima de 1.000.
Enquanto isso, Moscou continua a tentar “sobrecarregar em massa as posições ucranianas”, completam.
O Ministério da Defesa britânico estima que a Rússia perdeu mais de 70.000 pessoas nos dois meses que antecederam 12 de julho.
Em 12 de julho, o Estado-Maior Ucraniano informou que Moscou sofreu 556.650 baixas desde fevereiro de 2022, quando iniciou a guerra.