Manual para detectar mentirosos

Detectar uma mentira pode ser muito relevante
Nova abordagem facilita distinguir mentiras
A linguagem corporal não é relevante
Atenção aos detalhes do depoimento
Estudos anteriores eram falhos
A segurança nos EUA
Quantidade de fatores dificulta diagnóstico da mentira
Somos ruins em identificar um mentiroso
O novo estudo promete facilitar a tarefa
As emoções do mentiroso têm pouca importância
Verschuere explica:
Com pouco treinamento, podemos ser exímios detectores de falsas declarações
O experimento
Dois grupos: culpados e inocentes
Os depoimentos
Voluntários avaliam as falas
Como avaliar os depoimentos?
Indentificar o mentiroso a partir da simples percepção
Uma única diretriz: atenção ao nível de detalhe das declarações
Resultado: precisão de quase 80%
Detalhamento das falas revelou a pessoa mentirosa
Detectar uma mentira pode ser muito relevante

A mentira é uma capacidade comum entre os humanos, usada para enganar seu interlocutor. Embora pequenas mentiras cotidianas não sejam consideradas graves, quando trata-se de solucionar um crime, é bastante relevante saber se a fala de uma pessoa é falsa ou verdadeira.

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Nova abordagem facilita distinguir mentiras

Um novo estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Amsterdã, em colaboração com as Universidades de Maastricht e de Tilburg, revela que detectar mentiras pode ser mais fácil do que imaginamos.

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A linguagem corporal não é relevante

Publicado na revista Nature Human Behaviour, em março de 2023, o estudo sugere que tanto a linguagem corporal como o movimento dos olhos ou o grau de persuasão do falante não são elementos fundamentais para identificar uma mentira, como acreditava-se até então.

Atenção aos detalhes do depoimento

Ao contrário disso, deve-se estar atento a apenas um fator: o conteúdo da fala e seu nível de detalhes.

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Estudos anteriores eram falhos

Estudos anteriores tentavam decifrar uma mentira através da combinação de diferentes fatores, como consistência e objetividade, mas o resultado destes sinais, muitas vezes, era contraditório.

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A segurança nos EUA

Além disso, segundo a publicação da própria Universidade de Amsterdã, foi criado um programa para identificar mentirosos, nos EUA, que contava com 92 ítens a serem analisados, como pressão sanguínea, ritmo da respiração, fatores psicológicos, batimentos cardíacos, entre outros.

Quantidade de fatores dificulta diagnóstico da mentira

No entanto, considerar tantos elementos ao mesmo tempo torna a tarefa impraticável, além de dificultar a detecção da mentira num curto espaço de tempo.

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Somos ruins em identificar um mentiroso

Bruno Verschuere, autor do artigo e professor associado no departamento de Psicologia Forense, disse ao canal de Youtube da Universidade de Amsterdão (@uva-socialsiencesbehaviour): "Geralmente, as pessoas são muito ruins em identifcar mentiras. O nível de precisão é de 54%, em média, um número muito ruim".

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O novo estudo promete facilitar a tarefa

Mas depois de décadas tentando descobrir uma maneira eficaz de perceber a mentira, o novo estudo aponta um caminho promissor na investigação do ato de mentir.

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As emoções do mentiroso têm pouca importância

Com esta nova abordagem, o ideal é ignorar tudo o que não faça parte do conteúdo objetivo do discurso, como as emoções, o tom da voz e as feições de quem fala.

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Verschuere explica:

"É muito contraintuitivo apenas ouvir o que as pessoas dizem e não prestar atenção a outros sinais, tais como a forma convincente ou emocional com que transmitem a sua história", disse o pesquisador, na página da Universidade de Amsterdão.

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Com pouco treinamento, podemos ser exímios detectores de falsas declarações

No princípio, é necessário estar atento, já que tendemos a dar muita importância a outros fatores, além da fala em si. Mas, com um pouco de treino, a tarefa passa a ser bastante acessível, sendo perfeitamente possível detectar um provável "mentiroso".

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O experimento

Então, para saber qual o grau de precisão do método, os pesquisadores fizeram um experimento com estudantes, que foram divididos em dois grupos: o dos culpados e o dos inocentes.

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Dois grupos: culpados e inocentes

Logo, o grupo dos culpados foi orientado a roubar um exame de um cofre, enquanto o dos inocentes foi instruído a passar meia hora no campus da universidade e fazer atividades como ir à biblioteca, beber um café ou telefonar a um amigo.

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Os depoimentos

Passada meia hora, ambos grupos deveriam dizer que haviam feito nos últimos 30 minutos, descrevendo suas atividades. Obviamente, metade dos estudantes deveria mentir.

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Voluntários avaliam as falas

As declarações foram gravadas para permitir uma análise posterior. Então, foram feitos nove estudos a partir deste experimento, em que 1.445 pessoas foram convidadas a classificar a fala dos estudantes como verdadeira ou falsa.

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Como avaliar os depoimentos?

Para que as pessoas pudessem avaliar tais depoimentos, foram usados formatos diferentes, como declarações manuscritas, transcrição de suas falas, entrevistas em vídeo e, naturalmente, entrevistas ao vivo.

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Indentificar o mentiroso a partir da simples percepção

Alguns participantes tentaram identificar a mentira livremente, sem nenhuma diretriz. De fato, a simples tentativa de adivinhar se o estudante estava ou não a mentir revelou-se pouco eficiente: a probabilidade de acerto foi pouco maior que o simples acaso.

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Uma única diretriz: atenção ao nível de detalhe das declarações

Por outro lado, quando instruídos a confiar apenas no conteúdo das falas de cada história, como lugar, pessoa, hora e local, a probabilidade de identificar a mentira aumentou significativamente.

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Resultado: precisão de quase 80%

Segundo a revista Science Alert, a precisão daqueles que consideraram apenas os fatos das histórias chegou a 79%.

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Detalhamento das falas revelou a pessoa mentirosa

Segundo o resumo do artigo, a simplicidade em avaliar testemunhos é uma peça-chave para triunfar na detecção da mentira. Com apenas uma diretriz, a de confiar apenas no nível de detalhes do relato, as chances de capturar um mentiroso aumentam consideravelmente.

Foto: Unsplash/ absolutvision

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