Extinção de um terço dos animais pode ocorrer até 2100, alerta pesquisa
Um estudo recente, publicado na revista Science, prevê de que até um terço das espécies poderá ser extinto até o final do século.
Há décadas, sabe-se que a atividade humana está a alterar o clima da Terra, e pesquisadores vêm alertando sobre os impactos do aumento das temperaturas na vida no planeta.
Liderado pelo biólogo Mark Urban, a pesquisa alerta de que mesmo que a atividade humana mude, as espécies continuam ameaçadas.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!
Crédito da foto: X @MarkCUrban
Urban constatou que, se a temperatura global subir apenas 1,5°C, a meta ideal fixada no Acordo de Paris, as extinções ainda seriam significativas.
Neste cenário otimista, uma em cada cinquenta espécies na Terra, cerca de 180 mil, estaria em risco de extinção até 2100.
Segundo o Vox, isso representaria 1,8% de todas as espécies do planeta.
Por outro lado, se a temperatura global subir 2,7°C, conforme projetado pelas emissões atuais e muito além das metas do Acordo de Paris, uma em cada 20 espécies estará ameaçada de extinção, o equivalente a 2,7% de todos os seres vivos.
A situação se agrava nos cenários mais extremos de aquecimento global. Com um aumento de 4,3°C, 14,9% das espécies estariam em risco de extinção, chegando a 29,7% com um aumento de 5,4°C.
"Cada aumento na temperatura acelera o risco de extinção", afirmou Mark Urban, diretor do Centro de Risco Biológico da Universidade de Connecticut, em entrevista à Vox.
Os dois últimos cenários de aquecimento podem parecer improváveis, mas, em sua análise do estudo, o Live Science destacou que, embora sejam extremos, todos as hipóteses listadas são possíveis diante das atuais tendências de emissões.
É incerto se o mundo evitará os piores cenários, mas países mais vulneráveis podem pressionar por ações globais para reduzir as emissões, afirmou Urban.
A América do Sul, Nova Zelândia e Austrália estarão entre as regiões mais afetadas pelas extinções de espécies devido ao aumento das temperaturas globais. Os ecossistemas de montanhas, ilhas e água doce enfrentarão os maiores desafios.
"A principal mensagem para os formuladores de políticas é que essa relação agora é muito mais clara", disse Urban ao Live Science. "Não há mais desculpa para não fazer nada".
Segundo Urban, os anfíbios estão entre os mais vulneráveis, devido à forte dependência climática de seus ciclos de vida e à extrema sensibilidade às mudanças nos padrões climáticos.
"A biodiversidade é a base de nossa saúde, riqueza e cultura", afirmou Urban à Vox, destacando que a extinção de uma espécie é um impacto irreversível.
A conclusão de Urban foi resultado de mais de 30 anos de pesquisa e 450 estudos, sendo uma das análises mais precisas sobre os riscos que as mudanças climáticas representam para a biodiversidade.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!