Panfletos, búnqueres: como países da Europa já se preparam para a guerra
Os conflitos atuais na Ucrânia e no Oriente Médio têm levado alguns líderes mundiais a preparar seus países para uma eventual guerra mundial.
A Alemanha, por exemplo, elabora, no momento, um censo dos búnqueres que existem em seu território com o objetivo de recuperá-los para serem utilizados pela população, de acordo com a DW.
O cálculo das autoridades alemães é de que, atualmente, existem quase 500 lugares do tipo, que poderiam dar proteção a 480.000 personas.
O plano também inclui usar as estações de metrô como refúgio, no caso de um ataque massivo.
Já a Suecia, a Noruega e a Finlândia vêm distribuindo, entre seus cidadãos, manuais de sobrevivência em caso de guerra nuclear, de acordo com a BCC.
O presidente da Polônia, Donald Tusk disse, em entrevista à revista alemã Die Welt, que a Europa vive uma fase evidente de pré-guerra.
"A guerra não é mais um conceito do passado. É real e começou há mais de dois anos. O mais preocupante, agora, é que, literalmente, qualquer cenário é possível. Não vimos uma situação assim desde 1945", foram suas palavras.
Ele acrescentou que os jovens devem estar conscientes da situação atual e, portanto, aceitar que poderão ter que pegar em armas.
Esta mensagem está em linha com um debate aberto, em muitos países europeus, sobre se é necessário reintroduzir o serviço militar obrigatório.
A maioria dos países ocidentais eliminou o serviço militar obrigatório, após a queda do Muro de Berlim (a Alemanha fê-lo em 2011, a Espanha em 2002).
O presidente francês, Emmanuel Macron, é um dos que vê necessário que os jovens sirvam o seu país por um período. Assim, a França está a preparar um Serviço Nacional Universal que teria algum conteúdo militar.
No Reino Unido, o ministro da Defesa, Grant Shapps, disse que havíamos passado de um "mundo pós-guerra para um mundo pré-guerra", segundo a BBC. Já o general britânico Patrick Shanders (foto) falou, em janeiro, em "mobilizar a nação" e reforçar soldados profissionais com uma espécie de "exército cidadão".