Existe um plano governamental para uma invasão alienígena?
Os três objetos não identificados que os Estados Unidos abateram, recentemente, despertaram todo tipo de teoria da população. Uma delas foi a de que eram naves alienígenas, algo que muitos esperam ver, de verdade, há anos.
O governo estadunidense descartou esta possibilidade, mas, uma pergunta voltou a surgir: O que fazer diante de uma invasão alienígena?
Imagem: Albert Antony/Unsplash
Sem dar mais detalhes, o coronel reformado do exército norte-americano, Manuel Supervielle, garantiu à CNN, em 2019, que existe um "plano de contingência" caso isso aconteça.
Além do militar citado, há mais relatos que garantem a existência de treinamentos específicos nas forças de elite do exército norte-americano, voltados para o combate aos inimigos do espaço sideral.
Publicações como Futurism e Seeker atribuem ao chamado Esquadrão de Agressores Espaciais, pertencente à Força Espacial dos Estados Unidos (USSF), esta função. Trata-se de uma força especial, sediada na Base Aérea de Schriever, no Colorado (foto), que desempenha o papel de “inimigo” em exercícios de grande exigência.
Em um relatório de 2017, publicado no Seeker, o capitão Christopher Barnes, chefe de treinamento do 26º Esquadrão de Agressores Espaciais, explicou: "Brincamos de ser os malvados". Eles colocam outros soldados em apuros, como se estes fossem uma ameaça alienígena ou de não tão longe.
Imagem: Brian McGowan/Unsplash
Na realidade, o objetivo é que o exército dos EUA seja capaz de enfrentar uma batalha no espaço. E, basicamente, isso significa controlar satélites de ataque alienígena, norte-coreanos, chineses ou o que quer que seja.
Também há pessoas que se organizam para oferecer resistência caso os alienígenas decidam nos invadir. Como na série 'V'.
A Reuters entrevistou, em 2007, Travis Taylor e Bob Boan, autores do livro 'Alien Invasion: How to defend Earth' ('Invasão Alienígena: Como defender a Terra', em tradução livre). Ambos os estudiosos foram claros: a insurgência deve ser semelhante à que os Estados Unidos enfrentaram no Iraque, após a derrubada de Saddam Hussein.
No referido artigo da Reuters, a teoria de Travis Taylor e Rob Boan sobre como lidar com o invasor é resumida assim: "A humanidade terá que proteger-se e lutar com armas improvisadas e táticas de ataque e fuga".
Em princípio, seria lógico que diante de uma ameaça extraterrestre todas as nações do planeta se unissem. Isso foi afirmado por Reagan e Gorbachev (líderes dos Estados Unidos e da então União Soviética, respectivamente), em 1985, durante uma cúpula na cidade suíça de Genebra.
Gorbachev revelou a conversa em uma entrevista divulgada em 2009. Ronald Reagan perguntou a ele: "O que você faria se os Estados Unidos fossem repentinamente atacados por alguém do espaço sideral? Você nos ajudaria?" O então líder da URSS respondeu: "Sem dúvida". E o presidente americano respondeu: "Nós também".
Entretanto, aparentemente, não há nenhuma confirmação oficial de que algum governo tenha um plano para receber extraterrestres, venham em missão de paz ou de guerra.
De fato, em 2010, o astrofísico britânico, Martin Dominik, em palestra na Royal Society, pediu, de acordo com a Nature, às Nações Unidas que elaborassem um protocolo a esse respeito.
Isso porque não há nem sequer um consenso entre a comunidade científica sobre o que fazer caso recebamos uma mensagem extraterrestre.
“Há um grande debate dentro de toda a comunidade científica sobre se devemos ou não responder”, disse John Eliot, coordenador conjunto da Rede de Pesquisa de Inteligência Extraterrestre do Reino Unido, ao The Guardian.
A grande dificuldade estaria no desconhecimento da língua alienígena, com o qual não saberíamos se esses seriam amigáveis ou violentos. De qualquer forma, segundo John Eliot, nossa resposta levaria pelo menos 100 anos para chegar ao seu emissor.
Do clássico 'Guerra dos Mundos' de HG Wells ao sarcástico 'Mars Attack' de Tim Burton, o tema faz parte da cultura popular. A ficção científica o tratou de forma recorrente. Especialmente durante a Guerra Fria, quando alguns filmes de Hollywood encorajaram (ou exorcizaram) o medo da hecatombe nuclear e do ataque soviético. Medo de um invasor desconhecido.
Apesar das conotações xenófobas que apresentam o visitante como uma ameaça, Steven Spielberg, em 'E.T. O Extraterrestre, se opôs à ideia do alienígena malvado e perigoso.
De qualquer forma, os cientistas assumem que uma visita extraterrestre é altamente improvável. São muitos anos-luz que nos separam de um planeta onde a vida inteligente é uma probabilidade.
E quem empreenderia uma viagem de milhares de anos-luz para visitar os habitantes desconhecidos de um pequeno planeta azul na borda da galáxia?