Guerra da Ucrânia arruína oligarcas russos
Uma das primeiras medidas que a União Europeia tomou contra a Rússia, após o início do conflito na Ucrânia, foi o bloqueio comercial de bens e capitais de origem russa em todos os países integrantes do bloco.
Essa medida, que pode parecer secundária ou até ineficaz, foi, na verdade, um duro golpe para os oligarcas russos, que viram seus imóveis, iates, aviões e fundos em bancos europeus congelados.
A guerra não acabou e os oligarcas russos estão a ver como suas fortunas são dizimadas a cada dia. As perdas chegam a bilhões de dólares.
Segundo o site especializado Visual Capitalist, as 10 pessoas mais ricas da Rússia perderam cerca de 38 bilhões de dólares (em escala americana), em 2022, devido às sanções econômicas que sofreram.
A matéria não aponta para melhoras, em 2023, senão ao contrário: até agora, os russos mais abastados perderam 90,4 bilhões de dólares (em escala americana).
Na Rússia, poder e dinheiro estão ligados à política desde o final do século XX. Por isso, os milionários russos são chamados de oligarcas. Sua ligação com quem está no comando é evidente.
Vladimir Potanin (na foto), dono da maior fortuna da Rússia em 2022 - 27 bilhões de dólares (em escala americana), segundo a Forbes - foi vice-primeiro-ministro de Boris Yeltsin e é um homem próximo e de confiança de Vladimir Putin.
Outros oligarcas, como Viktor Vekselberg (na foto), acionista majoritário da UC Rusal, a maior empresa de alumínio do país, perdeu mais de 60% de seus ativos desde o início da guerra, segundo o Visual Capitalist.
Estima-se que o magnata teria deixado pelo caminho cerca de 11,3 bilhões de dólares (em escala americana), desde o início da guerra na Ucrânia, que, curiosamente, é o território onde nasceu.
Já Viktor Vekselberg é um dos oligarcas que viu suas propriedades confiscadas. No caso, o superiate Tango, que a polícia espanhola e o FBI bloquearam em Palma de Mallorca (Espanha) em abril de 2022, segundo a Forbes.
Embora o caso mais popular talvez tenha sido o de Roman Abramovich (na foto), um dos oligarcas mais próximos de Vladimir Putin. Ele passou de ter 14.500 milhões de dólares para 6.900 milhões de dólares, durante o primeiro ano de guerra.
De fato, o magnata russo foi forçado a vender o Chelsea FC, time da Premier League que ele presidiu, orgulhosamente, de 2003 a 2022.
Obviamente, essa situação fez alguns oligarcas criticarem Vladimir Putin, pedindo-lhe que acabasse com a guerra. A resposta do presidente russo foi, como era de se esperar, contundente.
Magnatas como Vasily Melnikov, Ravil Maganov (na foto ao lado de Putin), Mikhail Watford e Alexander Tyulyakov levantaram suas vozes e, meses depois, todos foram encontrados mortos. Coincidência?
De qualquer forma, a economia russa tem se mantido estável, devido ao, entre outras coisas, imenso consumo interno que o país, tão grande e poderoso, possui. Há até quem defenda o isolamento da Rússia.
Mas há um exemplo de um oligarca russo que faturou com a guerra. Andrey Melnichenko (na foto), fundador da Eurochem Fertilizantes, passou de uma fortuna de 11.100 a 25,2 milhões de dólares, graças ao fomento da atividade agrícola para a autossuficiência e a impossibilidade de obter fertilizantes que vinham de outros países.