A explicação científica sobre os efeitos da oração no cérebro
Rezar pode ter um significado diferente para cada pessoa, mas todas dizem sentir-se bem durante a reza, como se fossem envolvidas em um sentimento de extremo bem-estar.
Mas o que torna o ato de rezar tão especial?Para desvendar essa questão, cientistas usaram a ressonância magnética para monitorar a atividade cerebral do indivíduo enquanto ele reza.
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Andrew Newberg, neurocientista do Instituto Marcus de Medicina Integrativa da Universidade Thomas Jefferson (EUA), descobriu que o ato de rezar pode alterar as atividades do cérebro de duas maneiras distintas, relatou a BBC.
De acordo com o especialista, em uma primeira forma de rezar, a àrea do cérebro estimulada é o lobo frontal, região essencial para funções cognitivas superiores, como produção de linguagem concentração e foco.
Neste caso, a oração envolve a repetição de uma mesma frase várias vezes e o indivíduo está ativo, concentrado e determinado em realizar bem a atividade.
“Quando isso acontece, o cérebro da pessoa funciona de uma forma diferente. Ela consegue suportar muito mais as coisas diferentes e adversidades da vida e também consegue desenvolver um olhar com mais esperança para o futuro”, explicou o neurocirurgião Fernando Gomes, à CNN.
Já na segunda forma de rezar, chamada de "oração profunda", o que acontece é bem diferente.
"Quando a pessoa sente que a oração está quase tomando conta dela, por assim dizer, a atividade do lobo frontal realmente diminui", contou Andrew Newberg à BBC.
E continuou: "Isso ocorre quando o indivíduo relata sentir que não é ele que está gerando a experiência, se trata de uma experiência externa".
Segundo Newberg, a oração profunda reduz a atividade no lobo parietal, localizado na parte posterior do cérebro. Essa área é responsável por integrar as informações sensoriais do corpo e criar uma representação visual dele.
Newberg sugere que a diminuição da atividade no lobo parietal pode explicar os sentimentos de transcendência relatados por quem pratica este tipo de reza: "À medida que a atividade nessa área diminui, perdemos o senso do eu individual e sentimos uma sensação de unidade e conexão", publicou a BBC.
Segundo Tessa Watt, especialista em meditação e mindfulness, esse estado pode ser atingido quando focamos nossa atenção no momento presente e nas sensações que vivenciamos, relatou o jornal O Globo.
Citado pela CNN, o neurocirurgião Fernando Gomes destacou uma forma de inteligência múltipla frequentemente encontrada em líderes religiosos, conhecida como inteligência existencial.
“Diferente dos outros animais, os seres humanos sabem que vão morrer. A tentativa e a forma de solucionar essa angústia que todo mundo carrega, muitas vezes, tem como porta de manifestação a inteligência existencial. É importante estimular essa área”, afirmou Gomes.
Quando entramos nesse tipo de prática, como a oração profunda, a meditação ou o estado de mindfulness, nosso cérebro permite-nos conectar com nosso entorno, aumentando a sensação de bem-estar e diminuindo o senso do "eu".
Essa condição mental de calma, harmonia e conexão espiritual faz com que muitas pessoas alcancem um profundo senso de paz interior e satisfação com a vida.
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