O dia em que Lula deixou Trump furioso com uma proposta radical para o Brics
O próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não quer ameaças ao dólar. Segundo o G1, ele exigiu, em sua rede social, a Truth Social, que os países membros do Brics se comprometam a não criar nem apoiar uma outra moeda que possa substituir a estadunidense.
A pena que o magnata prometeu aplicar caso isso aconteça? Tarifas de 100% em transações comerciais.
"Eles podem procurar outro 'o t á r i o'. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos", continuou Trump.
Desde 2011, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul integram os Brics. Este ano, na primeira expansão do bloco em mais de uma década, foram incorporados formalmente: Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito. Além disso, outros 34 países manifestaram interesse em aderir ao grupo.
Segundo a Folha de S. Paulo, em outubro, quando a cúpula do Brics se reuniu na Rússia, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a ideia de que os países do bloco deveriam buscar meios de pagamento alternativos entre si para diminuir a dependência do uso do dólar.
O desenvolvimento de um mecanismo de compensação em moedas locais para o Brics é uma das prioridades do Brasil, que assume a presidência do bloco este ano e durante 2025.
Além de acelerar essa proposta para ser menos dependente do dólar, o Brasil também quer aumentar a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, atualmente sob a presidência da ex-mandatária brasileira Dilma Rousseff.
Desde 1944, o dólar é a moeda-padrão das transações internacionais. O comércio entre países, tradicionalmente, implica a conversão de moedas locais para a moeda estadunidense. E apesar do dólar ter uma posição global consolidada, depender dele deixa outros países vulneráveis a suas flutuações e à política monetária dos Estados Unidos.
Uma alternativa que já é aplicada em algumas transações é a utilização do yuan, moeda da China. Quando a Rússia foi excluída do sistema SWIFT, o gigante asiático, um de seus grandes parceiros comerciais, aproveitou para incentivar as trocas na sua moeda, tentando, assim, fortalecer sua economia frente à estadunidense.
A substituição do dólar não deve se consolidar a curto prazo, mas o Brics parece ter o peso necessário para impulsionar uma alternativa. Como destaca o G1, os países integrantes representam 46% da população mundial e seu PIB combinado já é maior que o das tradicionais potências ocidentais, segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional.