Mais de mil soldados russos são acusados de deserção
Desde a mobilização de cidadãos reservistas realizada pela Rússia, em outubro de 2022, para lutar na Ucrânia, cada vez mais russos têm sido julgados por deserção.
De acordo com o site independente Mediazona, até a última semana de abril, 1.064 processos foram recebidos pela Justiça Militar da Rússia.
Somente no último mês de março, 400 casos foram julgados e os números seriam semelhantes em abril.
As acusações incluem deserção, remoção não autorizada da força e desobediência a ordens, de acordo com o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ).
A remoção não autorizada da força é a ofensa mais comum, respondendo por 90% dos casos.
As penas para esse tipo de crime também aumentaram.
A deserção pode, teoricamente, ser punida com até 15 anos de prisão.
Entretanto, este tipo de pena dificilmente é aplicada com os soldados mobilizados.
"Os recrutas geralmente recebem uma pena suspensa pelos tribunais, e podem, portanto, ser enviados de volta para o front", de acordo com o FAZ.
Quando Vladimir Putin anunciou a mobilização parcial de cidadãos reservistas, no final de setembro de 2022, centenas deles tentaram fugir do país.
Houve engarrafamento nas estradas das cidades e os voos saindo da Rússia para países estrangeiros aumentaram consideravelmente em poucos dias.
Agora, a Rússia parece enfrentar, com dificuldade, tropas ucranianas em algumas partes do país invadido.
Nas áreas ao redor da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, por exemplo, a população civil russa está a ser evacuada para a Crimeia.
O movimento acontece como resposta a uma possível contra-ofensiva da Ucrânia.
De fato, o país liderado por Zelensky tem recebido armas de aliados ocidentais e estaria concentrando forças em Zaporizhzhia, segundo correspondentes do The New York Times.
Ao mesmo tempo, as unidades secretas das forças especiais Spetsnaz, da Rússia, sofreram fortes baixas, na Ucrânia, de acordo com documentos vazados dos EUA e obtidos pelo The Washington Post.