Se a Ucrânia atacar a Crimeia, "será o Juízo Final", diz ex-presidente
Quase seis meses passaram-se desde que a Rússia começou seu ataque à Ucrânia. A guerra continua e Dmitri Medvedev (foto), ex-presidente do país invasor e atual vice-conselheiro de Segurança, lançou uma ameaça apocalíptica.
Estamos diante de uma guerra em que assustar o outro é crucial. De fato, os lados continuam lutando por posições estratégicas que ofereçam vantagens a curto e médio prazo, já que o conflito pode demorar mais do que o esperado.
Um desses pontos quentes é a península da Crimeia, que Moscou anexou em 2014, apesar de ser território ucraniano até então.
Dmitri Medvedev deixou clara a relevância da península da Crimeia, em uma reunião com veteranos da Segunda Guerra Mundial, realizada em Volgogrado, antiga Stalingrado.
O líder russo adverte de que se este território for atacado pela Ucrânia "as consequências são óbvias". E completa: "O Dia do Juízo Final chegará para todos eles".
O atual vice-presidente do Conselho de Segurança acrescenta que este juízo final a que se refere será “rápido e muito duro”.
A ameaça foi divulgada pela agência RIA Nóvosti e publicada em meios de comunicação russos como o Pravda.
O ex-presidente foi ainda mais específico: "Podem ter certeza de que os objetivos desta operação serão cumpridos. Eles estão relacionados à eliminação das ameaças existentes à Rússia."
A quais ameaças ele se refere? O senador russo Andrei Klishas deu a resposta, por meio de uma mensagem no Telegram, viralizada por grupos pró-Rússia.
"Ameaças de ataque à Crimeia ou ao porto da Crimeia provam que toda a Ucrânia deve ser desnazificada e desmilitarizada", disse Andrei Klishas.
"Caso contrário, sempre haverá uma ameaça ao nosso território, nossos cidadãos e nossa infraestrutura", acrescentou Andrei Klishas.
As declarações de ambos políticos, justo agora, devem-se à chegada dos sistemas US HIMARS (lançadores leves de mísseis), durante o mês de junho na Ucrânia.
O HIMARS (High Mobility Artillery Rocket System) é um sistema de foguetes de artilharia de alta mobilidade, que permite o lançamento de até seis mísseis de um caminhão em movimento.
Com este equipamento, as forças locais poderiam atingir alvos militares na península da Crimeia.
Uma linha de veículos poderia fazer um lançamento múltiplo da Ucrânia que, dadas as ameaças russas, representariam um duro golpe em seu avanço em solo ucraniano.
Um dos objetivos na mira da Ucrânia na Crimeia é o local dos mísseis russos Kalibr, que são disparados repetidamente da península.