Governo Milei alcança significativa melhoria na economia da Argentina

Nos últimos dias, o líder argentino Javier Milei envolveu-se no escândalo da criptomoeda $Libra que o colocou diante de sua pior crise em mais de um ano de governo.

Entretanto, outro importante aspecto de sua gestão tem sido aplaudido: a queda contínua da inflação na Argentina.

A queda no índice de preços ao consumidor, em janeiro de 2025, foi de 2,2%, ligeiramente abaixo da previsão dos analistas, que era de 2,3%, e abaixo dos 2,7% de dezembro de 2024, de acordo com a Reuters.

O presidente argentino Javier Milei comemorou o fato com um vídeo em sua conta do Instagram, no qual diz: "Ainda estamos fazendo história, somos o melhor governo da história".

A Argentina, um dos maiores exportadores de grãos do mundo e um crescente produtor de energia, tem lutado contra uma inflação de três dígitos nos últimos anos, que registrou a maior taxa anual do mundo no começo de 2023: quase 300%.

Mas desde que Milei assumiu o poder no final de 2023, implantando medidas de austeridade que ajudaram a estabilizar uma economia em crise, apresenta-se em queda.

Em janeiro de 2025, a inflação situou-se em 84,5%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC).

O IPC de janeiro revela que sete das 12 categorias do índice registraram altas superiores aos 2,2% gerais. Os setores com maiores aumentos foram restaurantes e hotéis, com alta de 5,3%. Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis subiram 4,0%.

Por outro lado, os setores com menores aumentos foram educação, com alta de 0,5%, e vestuário e calçados, que chegou a ter queda de 0,7%, segundo a CNN.

Segundo dados do INDEC, a inflação anual mantém tendência de queda desde abril de 2024, quando atingiu 289,4%.

Ao longo dos meses, as taxas continuaram a cair: em maio foi de 276,4%, em junho de 271,5%, em julho de 263,4%, em agosto de 236,7%, em setembro de 209,0%, em outubro de 193,0%, em novembro de 166,0% e em dezembro caiu para 117,8%, informou a CNN.

Embora a inflação continue diminuindo, seu efeito não se reflete da mesma forma na vida cotidiana de todos os argentinos. Muitos têm enfrentado dificuldades devido à contração de setores-chave da economia.

Os dados oficiais de novembro mostram que a atividade caiu 14,2% na construção, 2,3% na indústria e 1,3% no comércio atacadista, varejista e de reparos, de acordo com a Swiss Info.

Vale destacar também que o consumo de leite na Argentina atingiu seu menor nível em 34 anos, em 2024, enquanto o consumo de carne per capita foi o segundo menor desde que os registros começaram em 1914. Esses dados fazem parte de um estudo realizado pela Fundación Innovación con Inclusión.

A situação econômica da Argentina gera opiniões divididas. Enquanto alguns aposentados acham a inflação e a falta de poder de compra insuportáveis, outros, mais jovens, estão mais esperançosos com a política econômica do governo.

Estes últimos, embora reconheçam as dificuldades, preferem esperar e apoiar a comunidade em meio aos preços altos, na esperança de que a situação melhore.

As projeções econômicas continuam otimistas, com estimativas apontando para uma nova desaceleração da inflação em fevereiro.

Segundo a Reuters, o índice de preços ao consumidor deve cair para 1,7%, impulsionado pela desvalorização controlada do peso por meio da estratégia de "crawling peg" (ajuste gradual da taxa de câmbio).

Essa medida desacelerou o ajuste da taxa de câmbio para 1% ao mês, metade do ritmo anterior, o que ajuda a conter o aumento dos preços de bens comercializáveis.

No entanto, o sucesso dessa tendência dependerá da consistência do restante da política monetária com a nova velocidade de depreciação do peso.

Eugenio Marí, economista-chefe da Fundación Libertad y Progreso, alertou que, embora a taxa de câmbio móvel possa ajudar a estabilizar certos setores, sua eficácia a longo prazo dependerá de um ajuste equilibrado no restante das medidas econômicas.