O suposto plano secreto da Rússia para repovoar Mariupol
De acordo com o Centro Nacional de Resistência Ucraniano, os líderes de Moscou elaboraram um plano de desenvolvimento para a cidade de Mariupol, cidade ucraniana ocupada pela Rússia.
O Centro de Resistência Nacional foi criado pelas Forças de Operações Especiais Ucranianas com o objetivo de treinar, coordenar e aumentar a resistência do país contra a Rússia, segundo explica no seu site oficial.
As autoridades do centro de resistência ajudam os combatentes nos territórios ocupados a recolherem informações inimigas.
Este plano de desenvolvimento para a cidade de Mariupol faria uma grande diferença na demografia da cidade e, ao que tudo indica, já começou a ser posto em prática.
O Centro Nacional de Resistência afirma que a Rússia planeja transferir 300 mil pessoas para Mariupol e quer que a população total da cidade mude completamente até ao final de 2035.
A Rússia vem tentando direcionar seu fluxo migratório para Mariupol, oferecendo uma série de incentivos.
“O Kremlin iniciou um programa de financiamentos baratos para propriedades em territórios ucranianos ocupados, como a cidade de Mariupol, na região de Donetsk, com o objetivo de encorajar os cidadãos russos a mudarem-se para lá”, relatou a jornalista do The Kiev Independent, Dinara Khalilova.
“Moscou está alegadamente a enviar trabalhadores imigrantes e funcionários públicos das regiões ‘deprimidas’ da Rússia para os territórios ocupados”, acrescentou Khalilova.
O artigo também alega que cidadãos ucranianos estariam a ser deportados para a Rússia, o que “corresponde a características de genocídio, de acordo com o direito internacional”.
“Todos aqueles que estão envolvidos no genocídio da nação ucraniana sofrerão uma punição justa e inevitável por isso”, diz o artigo do The Kiev Independent.
O jornal britânico também indicou que Mariupol tinha uma população pré-guerra de 450 mil habitantes, mas que o número caiu para 100 mil, após a invasão e subsequente destruição da cidade pelas tropas russas.
Cerca de 25 mil civis foram mortos e 90% dos edifícios da cidade destruídos durante o confronto, embora o número de mortes pode haver sido três vezes maior do que o relatado oficialmente.
Cerca de 350 mil cidadãos foram forçados a deixar Mariupol desde o início da invasão da Ucrânia, segundo estimativas das Nações Unidas.
Em 27 de julho, o ex-prefeito ucraniano de Mariupol, Petro Andryushchenko, apontou, via Telegram, que as autoridades russas na cidade estavam a despejar, à força, qualquer pessoa que não conseguisse provar que possuía propriedades na cidade.
Entretanto, o Centro Nacional de Resistência não conseguiu fornecer as provas necessárias para provar que as acusações levantadas contra a Rússia são verdadeiras.
O fato é que, já em outubro de 2022, um plano relacionado com o desenvolvimento de Mariupol durante 10 anos foi publicado pelo site de notícias russo, The Village, segundo o The Moscow Times.
O documento vazado estimava a população de Mariupol em 212 mil habitantes, mas visava aumentá-la, até 2035, ao estado anterior à guerra, cerca de 450 mil pessoas. O plano envolvia a construção de casas e apartamentos particulares na cidade.