O surpreendente tempo que Putin levará para reconstruir seu exército
A Rússia sofreu um número sem precedentes de perdas desde que iniciou sua invasão em larga escala da Ucrânia. Mas pode não demorar muito para Vladimir Putin levar seu exército ao que era antes da guerra.
Isso aconteceria em apenas cinco anos, disse o almirante britânico Sir Tony Radakin, durante a Conferência de Guerra Terrestre de 2024 do Royal United Services Institute.
No entanto Radakin acrescentou que a Rússia precisará de outros cinco anos "para corrigir as fraquezas que a guerra revelou”.
Segundo Radakin, a Rússia perdeu 550.000 soldados até agora, confirmando, assim, as últimas estimativas feitas pelo Estado-Maior Ucraniano.
Em 23 de julho, o mesmo dia em que Radakin discursou, o Estado-Maior Ucraniano estimou que Moscou sofreu 568.980 baixas.
Um artigo da Newsweek, assinado por Ellie Cook, relata que as baixas são “muito difíceis de precisar” e os números de perdas calculados pela Ucrânia e pela Rússia devem ser tratados com cautela. No entanto, estimativas ocidentais dão validade às alegações de Kiev.
Em uma atualização sobre a guerra, publicada em 12 de julho, o Ministério da Defesa do Reino Unido revelou uma estatística muito preocupante.
Não apenas as perdas russas diárias médias na Ucrânia atingiram 1.262 e 1.163 em maio e junho, respectivamente. Moscou, provavelmente, também perdeu 70.000 soldados mortos ou feridos em um período de 60 dias, nos dois meses anteriores. Mas o que causou essa situação?
Os analistas britânicos acreditam que este é o resultado das táticas russas no campo de batalha, do aumento das operações ofensivas em novas regiões e da falta de soldados devidamente treinados.
“O aumento nas perdas reflete a abertura da nova frente pela Rússia na região de Kharkiv, mantendo a mesma taxa de operações ofensivas ao longo do [restante] da frente”, diz a atualização do Ministério da Defesa.
“Embora essa nova abordagem tenha aumentado a pressão na linha de frente, uma defesa ucraniana eficaz e a falta de treinamento russo reduzem a capacidade da Rússia de explorar quaisquer sucessos táticos, apesar da tentativa de esticar ainda mais a linha de frente”, acrescentou a atualização.
O Ministério da Defesa do Reino Unido estimou ainda que as perdas diárias médias ficarão acima de 1.000 em agosto e setembro, já que a Rússia continuava "a tentar superar as posições ucranianas com massa".
“A Rússia está fazendo ganhos táticos – cidades e vilas tomadas a um custo enorme”, disse Radakin.
“Eles também estão a mirar nossos amigos na Ucrânia onde dói mais: em seu setor de energia, em suas cidades e até mesmo em seus hospitais. Isso é preocupante. Mas, no geral, a situação continua terrível para Putin”, acrescentou Radikin.
Em 5 de julho, The Economist informou que as baixas russas poderiam variar entre 462.000 e 728.000, baseados em dados publicados por dois grupos de mídia russos independentes.
Estes meios são Meduza e Mediazona, que analisaram obituários, registros de herança e plataformas de mídia social para revelar que entre 106.000 e 140.000 soldados russos foram mortos na Ucrânia até 21 de junho.
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