Olena Zelenska adverte sobre consequências para o mundo, se a Rússia vencer a guerra
A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, alertou, em entrevista à Independent TV, que uma vitória russa sobre seu país, na guerra em curso, seria “o pior cenário para toda a humanidade”.
Em seu "sincero apelo", como o The Independent chamou suas declarações, Zelenska insistiu em o mundo não perdesse o interesse pelo que estava a acontecer na Ucrânia. Ela disse que seu país lutava pelo “equilíbrio democrático do mundo”.
As declarações da primeira-dama ucraniana puderam parecer exageradas, entretanto, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev já mostrou sua disposição de ir além da Ucrânia nesta guerra.
“É importante afastar tudo o que ameaça nosso país, mesmo que sejam as fronteiras da Polônia”, disse Medvedev, no Telegram, de acordo com a Reuters.
E continuou: "É por isso que é tão importante atingir todos os objetivos da operação militar especial". Medvedev também reforçou que a Rússia não estaria segura até que o conflito terminasse e a Ucrânia fosse derrotada.
Zelenska explicou seu medo de que o mundo estivesse a subestimar a ameaça que a Rússia representava para a segurança global.
Sobre a Rússia eventualmente conseguir seus objetivos, Zelenska disse: “Isso significa que os impedimentos globais não estão a funcionar, que qualquer pessoa com poder, força e capacidade financeira suficiente pode fazer o que quiser”.
A primeira-dama também pediu para que os países acelerassem sua ajuda militar à Ucrânia, porque as armas eram necessárias agora.
Embora os compromissos internacionais de longo prazo para fornecer armas à Ucrânia sejam importantes, Zelenska disse que de pouco adiantariam se chegassem muito devagar.
“Continuamos a ouvir de nossos parceiros ocidentais que eles estarão conosco o tempo que for necessário. 'Longo' não é a palavra que devemos usar. Devemos usar 'mais rápido'”, disse Zelenska.
De fato, de acordo com a Newsweek, só os Estados Unidos prometeram US$ 43 bilhões (em escala americana) em ajuda, desde a invasão da Rússia em fevereiro de 2022.
A primeira-dama ucraniana observou ainda que seu povo estava a pagar a guerra com seu sangue, enquanto o mundo com seus recursos, duas coisas incompatíveis.
Zelenska também se abriu sobre os medos que tem por sua família e por seu país, de acordo com o The Independent. Volodymyr Zelensky e Olena foram forçados a viver separados durante a guerra, por motivos de segurança, e raramente se veem.
“Quero que estejamos juntos novamente. Realmente esperamos que, de alguma forma, tudo isso mude e possamos viver uma vida familiar mais ou menos normal”, disse Zelenska.
A mensagem final de Zelenska foi de que ninguém se cansasse do que estava a acontecer na Ucrânia.
“A Ucrânia defende não apenas seus interesses, não apenas sua vida. Temos tentado manter todo o equilíbrio democrático no mundo”, concluiu Zelenska.