Onda de ataques com explosivos na Espanha: A Rússia está por trás?
Uma onda de ataques com explosivos dentro de cartas e pacotes sacudiu a Espanha em 1º de dezembro. São bombas cujo destino parece tratar-se de uma campanha a favor da Rússia.
Um dos primeiros alvos foi a embaixada ucraniana em Madri, onde um trabalhador ficou levemente ferido. Outra correspondência chegou a uma fábrica, em Zaragoza, de material bélico que é enviado para a Ucrânia. Lá, não houve feridos.
Também receberam pacotes com explosivos: a base aérea de Torrejón de Ardoz (região metropolitana de Madri), que é compartilhada com os Estados Unidos; o Ministério da Defesa e a embaixada dos Estados Unidos em Madri. As bombas foram neutralizadas a tempo.
Ao palácio da Moncloa, residência de Pedro Sanchez, presidente da Espanha, outro pacote de bombas foi enviado, mas não chegou a ser detonado.
No total, foram, até o momento, seis cartas ou pacotes com bombas. A onda de ataques deixa a Espanha em alerta e as autoridades têm levado esta ameaça muito a sério. Em Madri, houve bloqueios de tráfego e operações policiais de emergência devido a alarmes falsos.
As autoridades investigam quem está por trás destes envios. Há algumas informações que servem de pista para a polícia. De qualquer forma, um enorme sigilo tem sido mantido.
A chave está na carta enviada à base aérea de Torrejón, que conseguiu ser desativada sem ter que destruí-la. Com esta carta e os restos que sobraram das outras remessas, observa-se um padrão: em todas elas o destinatário foi escrito com a mesma caligrafia, segundo o jornal El País.
Embora, a princípio, se falasse da existência de um misterioso e-mail no espaço do remetente, a polícia negou imediatamente. Não há remetente, afirmam, unanimemente, os meios de comunicação espanhóis, citando fontes da investigação.
As autoridades espanholas admitem que os envelopes enviados representam um perigo, mas seu conteúdo é descrito por fontes policiais (segundo o El País e outros meios de comunicação) como "material pirotécnico".
Seriam bombas bem básicas (mas eficazes) com pólvora, estilhaços e uma linha que, ao abrir e apertar o envelope, provoca a explosão. "Dispositivos caseiros" é a definição que tem sido dada na mídia espanhola.
Fontes da investigação asseguram, segundo a rede SER, que os envelopes foram enviados da Espanha.
O ministro de Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, segundo o jornal El País, enviou, de imediato, um comunicado aos governos da União Europeia.
Embora nenhum grupo tenha assumido a responsabilidade dos ataques, o governo da Espanha alertou a UE de que estes ataques “poderiam estar relacionados com a invasão da Ucrânia pela Rússia”.
Agora, existe o temor de que a guerra na Ucrânia chegue a territórios da União Europeia, através de ataques terroristas.
Precisamente, alguns dias antes do ataque (especificamente em 23 de novembro), o Parlamento Europeu declarou a Rússia um "Estado terrorista". O pronunciamento simbólico não acarreta represálias institucionais, assunto que diz respeito especificamente a cada país da União Europeia.
A Ucrânia não tardou em apontar a Rússia como inspiração para os atentados. Em declarações ao jornal El Mundo, o embaixador do país de Zelensky na Espanha, Serhii Pohoreltsev, afirmou: "Conhecemos os métodos terroristas do país agressor".
Em meio às compras e comemorações do Natal, com as ruas lotadas, a Espanha está atenta à possibilidade de ataques terroristas continuados.