Os países mais perigosos do mundo em 2024
A segurança é, talvez, um dos primeiros fatores a considerar, quando planejamos uma viagem. Porém, muitas vezes, ela não está relacionada aos aspectos que a maioria imagina.
Antes de decidir seu próximo destino, leve em consideração quais países podem ser perigosos de visitar. Entre os fatores considerados neste ranking, destacam-se as tensões geopolíticas, os problemas de saúde e, algo completamente novo este ano.
A International SOS, uma consultoria global líder em saúde e segurança, atualiza anualmente seu Mapa de Riscos. Em 2024, destaca os países mais perigosos e as ameaças emergentes que os viajantes enfrentarão ao redor do mundo.
Em 2024, o relatório incluiu, pela primeira vez, o impacto das mudanças climáticas. Este é um tema frequentemente ignorado, mas que, além dos riscos à segurança e à saúde, também precisa ser abordado, pois suas possíveis consequências podem ser catastróficas em determinadas regiões.
Em um primeiro bloco, estão os países com risco de segurança "extremo". Os três países mais arriscados para visitar no mundo são Sudão do Sul, Líbia e Afeganistão, que enfrentam desafios persistentes relacionados à violência política, ao mal-estar social e aos crimes violentos.
Embora o Sudão do Sul seja um país rico em petróleo, a distribuição injusta das riquezas mantém seus cidadãos submetidos à pobreza, corrupção, desigualdade, polarização étnica e às ambições políticas e econômicas da classe poderosa, o que gerou conflitos que culminaram em uma guerra civil, segundo a Anistia Internacional.
A presença de combatentes estrangeiros e a interferência de outros Estados que apoiam tanto o governo de Benghazi quanto o de Trípoli só servem para intensificar os conflitos civis de uma sociedade polarizada, o que também agrava a insegurança e a instabilidade do país, segundo o International Work Group for Indigenous Affairs (IWGIA).
Segundo o Programa Mundial de Alimentos, metade da população afegã (23,7 milhões de pessoas) necessita de assistência humanitária em 2024. Outros quatro milhões sofrem de desnutrição aguda, incluindo 3,2 milhões de crianças menores de 5 anos. Além disso, a repressão do governo Taliban, especialmente contra as mulheres, torna o país extremamente perigoso, conforme relatado pelo El País.
No segundo bloco, a International SOS categorizou os países com risco "muito elevado". Nestas circunstâncias, embora os desafios mencionados no primeiro grupo sejam menos severos, o problema predominante é o aumento das temperaturas globais. Este fenômeno não apenas intensifica os riscos à saúde globalmente, mas representa um perigo particularmente grave nessas regiões.
Em 2024, devido à insegurança e ao ressurgimento da violência por grupos armados irregulares, quase seis milhões de pessoas foram deslocadas nas províncias de Ituri, Kivu do Norte, Kivu do Sul e Tanganyika, de acordo com o ACNUR.
A crise na Síria continua causando um sofrimento imenso tanto para as pessoas que vivem no país quanto para aquelas que foram obrigadas a fugir. Segundo a Oxfam, o conflito sírio continua sendo a maior crise de refugiados globalmente. Mais de 11 milhões de sírios ainda dependem de ajuda humanitária e asilo político.
Boko Haram é um grupo terrorista fundamentalista islâmico que continua operando no nordeste da Nigéria, em 2024. Segundo a ONG Manos Unidas, embora suas atividades tenham perdido força e visibilidade, ainda ocorrem sequestros em massa e assassinatos de civis, tanto cristãos quanto muçulmanos não radicalizados.
Não podemos deixar de lado os conflitos em curso, em locais como Gaza, Líbano, Ucrânia e Sahel africano, que ocupam respectivamente o 7º e o 10º lugar, colocando desafios adicionais aos viajantes e às organizações que ali operam.
O relatório da International SOS destaca as diferenças significativas nos riscos médicos em diversas regiões do mundo. Síria, Iraque, Afeganistão e Coreia do Norte são países considerados de risco médico "muito alto".
Sally Llewellyn, diretora de segurança global da International SOS, ressaltou a importância deste relatório para informar as organizações sobre os riscos que seus funcionários podem enfrentar. "Para o próximo ano, espera-se que as tensões geopolíticas, o mal-estar e a instabilidade política afetem as operações comerciais."
Por outro lado, a doutora Irene Lai, diretora médica global da International SOS, enfatizou a importância dos fenômenos de calor extremo que podem se tornar comuns no futuro, pois, além dos impactos físicos, o calor extremo pode ter efeitos negativos na saúde mental.