OTAN enviará mísseis de defesa aérea para fronteira com a Rússia
Os planos da OTAN para implementar um modelo rotativo de defesa aérea na Lituânia começaram a tomar forma, de acordo com o Ministro de Defesa lituano, Arvydas Anušauskas.
“Este ano, o sistema rotativo de defesa aérea, finalmente, ficará operacional, pelo menos parte dele”, explicou Arvydas Anušauskas, numa conferência de imprensa, em 7 de março, segundo a emissora nacional de notícias da Lituânia LRT.
Crédito da foto: Wiki Commons por Autorius Augustas Didžgalvis, CC BY-SA 4.0
Anušauskas revelou que trata-se do sistema Patriot dos Estados Unidos. É a primeira vez que qualquer nação báltica terá uma força rotativa de defesa aérea dentro das suas fronteiras, segundo o ministro lituano.
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“Nosso objetivo é ter um rodízio semelhante à missão de policiamento aéreo. As coisas mudam, as coisas vêm para a Lituânia, as coisas saem da Lituânia”, acrescentou Anušauskas.
E continuou: “A expectativa é que isto não seja algo único durante vários meses, mas cubra todos os nossos meses civis e aumente significativamente as nossas capacidades de defesa aérea”.
Não foram revelados quais países estariam envolvidos na operação. No entanto, Anušauskas observou que os Estados Unidos não seriam um deles.
Um país europeu, cujo nome ainda não foi revelado, irá implantar um dos seus sistemas Patriot na Lituânia, de acordo com Anušauskas, e os nomes dos outros serão revelados assim que os detalhes do plano estiverem concluídos.
Em junho de 2023, os Ministros de Defesa dos países da OTAN aprovaram um novo pacote de planos de defesa aérea, após os apelos dos Estados bálticos para melhorar as defesas da região, de acordo com o site de notícias lituano Delfi.
A Lituânia, a Letônia e a Estônia já haviam proposto o envio rotativo de meios de defesa aérea dos seus aliados e parceiros para a região, devido às suas deficiências nas defesas aéreas, informou a UNN.
Com este sistema, cada país-membro da OTAN protegerá o espaço aéreo da região, durante um determinado período.
“A Lituânia discutiu a possibilidade de implantação de capacidade de defesa aérea com a Alemanha, Suécia, Holanda, Itália e Grécia, mas ainda não foram alcançados acordos específicos”, informou o LRT.
A OTAN observou que o plano iria “melhorar significativamente a coerência do planejamento de defesa coletiva da OTAN com o planejamento nacional das forças, postura, capacidades e comando e controle dos Aliados”.
De acordo com a Newsweek, vários países europeus têm alertado que uma guerra maior com a Rússia poderia estar por vir. O jornal concluiu que a aliança militar está a tomar medidas, agora, para reforçar as suas defesas.
“A Lituânia, a Letônia e a Estônia têm sido alguns dos membros mais ruidosos da OTAN, que instaram o bloco ocidental a preparar-se para uma ofensiva da Rússia na região”, diz o artigo da Newsweek, assinado por Kaitlin Lewis.
Em fevereiro, um relatório do serviço de inteligência da Estônia revelou que um conflito entre a Rússia e o Ocidente poderia eclodir “na próxima década”.
“A Rússia escolheu um caminho que é um confronto de longo prazo. Se não estivermos preparados, a probabilidade de um ataque militar russo seria muito maior do que sem qualquer preparação”, disse o chefe da inteligência estoniana, Kaupo Rosin, segundo a Reuters.