OTAN está pronta para enfrentar a ameaça do grupo Wagner na Bielorrússia
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, alertou recentemente que a organização estava preparada para se defender contra as ameaças de Moscou e Minsk, depois que uma revolta armada na Rússia levou o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, e seus combatentes à Bielorrússia.
Stoltenberg foi questionado durante uma coletiva de imprensa sobre suas preocupações com a notícia de que o líder dos Wagner e alguns de seus combatentes mercenários ofereciam um potencial risco ao países vizinhos, membros da OTAN.
Sem hesitar, o secretário-geral disse que ainda não se sabe ao certo qual o risco gerado pelo exílio de Prigozhin na Bielorrússia, mas também deixou claro que a aliança enfrentaria qualquer ameaça representada pelo grupo russo.
"É muito cedo para fazer um julgamento definitivo sobre as consequências da mudança de Prigozhin para a Bielorrússia e é muito provável que algumas de suas forças também se mudem para lá", disse Stoltenberg a repórteres.
“Mas vamos monitorar e estar sempre prontos para proteger e defender todos os aliados da OTAN, especialmente os que fazem fronteira com a Bielorrússia”, continuou o secretário-geral.
Stoltenberg também disse que os estados membros concordariam em fortalecer as defesas da aliança em suas fronteiras do leste europeu, algo que será debatido na próxima cúpula de 11 de julho, na Lituânia. A ocasião reunirá todos os 31 estados membros da OTAN para discutir os próximos desafios do atual cenário.
“Já aumentamos nossa presença militar na parte leste da aliança e tomaremos novas decisões para fortalecer ainda mais nossa defesa coletiva, com mais forças de alta prontidão”, disse Stoltenberg.
“Temos prontidão, força e planejamento. E também o compromisso e a determinação de implantar o que for necessário para proteger cada centímetro do território da OTAN”, acrescentou Stoltenberg.
O The Guardian observou que a OTAN originalmente respondeu à invasão da Ucrânia pela Rússia, implantando vários grupos de batalha multinacionais em suas fronteiras, que incluíam países do leste europeu, como Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária, em uma demonstração de força a Vladimir Putin.
Os comentários de Stoltenberg vieram depois que alguns aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte manifestassem preocupação com a segurança de seus países, por estarem próximos à Bielorrússia.
"Se Wagner trouxer seus assassinos em série para a Bielorrússia, os países vizinhos enfrentarão um perigo ainda maior de instabilidade", explicou o presidente da Lituânia, Gitanas Nausedaall, na mesma coletiva de imprensa.
O presidente polonês, Andrzej Duda, também compartilhou sua preocupação com os riscos representados pela presença dos Wagner na Bielorrússia: “Isso é realmente sério e preocupante, temos de tomar decisões fortes. A situação requer uma resposta muito dura por parte da OTAN.”
Se o Grupo Wagner for reconstituído, pode representar um sério risco para a paz e a estabilidade da região, à medida que as tensões continuam a crescer na Bielorrússia, liderada pelo autoritário Alexander Lukashenko, desde 1994. Esperançosamente, a resposta da OTAN virá em breve.
Independentemente das ações da OTAN, os estados que fazem fronteira com a Bielorrússia já começaram a melhorar sua própria segurança fronteiriça, diante das ameaças potenciais representadas pelo líder Prigozhin e seu grupo de mercenários russos.
A Euronews informou em 26 de junho que a Finlândia, Estônia, Lituânia e Letônia concordaram em coordenar medidas de controle nas passagens de fronteira com a Rússia e a Bielorrússia, e o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, anunciou planos para enviar 4 mil soldados à Lituânia.
O chefe dos Wagner, Prigozhin, foi exilado para a Bielorrússia como parte do acordo fechado com Putin, para acabar com a rebelião contra os líderes em Moscou, em troca de retirar as acusações contra ele e os combatentes que participaram do motim fracassado contra Moscou, segundo a NPR.