Países onde a vacina contra a covid-19 é obrigatória
A pandemia não acabou. Milhares de infecções por covid-19 continuam a serem registradas no mundo inteiro, devido, principalmente, à presença da variante delta do vírus, que é mais contagiosa.
Tem sido a vacinação a única forma realmente eficaz na diminuição do número de mortes e hospitalizações no mundo. E a Itália é o primeiro país democrático a levantar abertamente a possibilidade de que seja obrigatória.
Tanto o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, quanto o ministro da Saúde, Roberto Speranza, declararam ser a favor da vacina obrigatória. Assim, começa o debate político na União Europeia sobre este assunto.
No momento, apenas em três países do mundo a vacina contra a covid-19 é obrigatória. O primeiro deles é o Tajiquistão, uma ex-república soviética onde os maiores de 18 anos são vacinados.
Por sua vez, o Turquemenistão, que registrou poucos casos de covid-19, também quer proteger sua população da doença, através da vacinação obrigatória para adultos.
O Vaticano completa a pequena lista de países onde seus cidadão são obrigados a receberem o imunizante contra a covid-19. Mas há muitos outros onde, na verdade, quem não estiver vacinado, não pode realizar muitas atividades.
Entrar na União Europeia e outros países do mundo é difícil sem o chamado “Passaporte Covid”. A depender da situação sanitária do seu lugar de origem, o viajante tem que apresentar um certificado de vacinação. Também vale um exame PCR feito horas antes.
Na França, há restrições a pessoas não-vacinadas inclusive para visitar museus, frequentar cinemas, restaurantes e outros locais públicos. Nestes lugares, exige-se o certificado de vacina ou uma PCR muito recente. Outros países atuam de forma semelhante.
Imagem: Andrea García / Unsplash
Além da França, a vacinação é exigida em outras regiões como Reino Unido, Rússia e Grécia para profissionais de saúde e aqueles que trabalham em asilos. Já fala-se, inclusive, em sancionar ou expulsar aqueles que se recusam a ser vacinados dentro desses grupos.
Outra forma interessante de tornar a vacinação obrigatória é o caso de empresas que exigem que seus funcionários sejam vacinados, embora isso acarrete, em alguns países, problemas jurídicos.
A lista de empresas que exigem (de uma forma ou de outra) a vacinação de seus funcionários é extensa nos Estados Unidos. Inclui Facebook, BlackRock, United Airlines, Ford, Google e Goldman Sachs, entre outras. Não é apenas por questões de saúde, mas porque um surto implica a paralisação total ou parcial da atividade de uma empresa e perdas econômicas muito importantes.
Em alguns casos, o trabalhador não vacinado tem a opção de homeoffice, mas não pode ir à sede da empresa ou reunir-se com outros colegas de forma presencial. No caso daqueles que trabalham com o público, não há outra saída senão receber o imunizante.
Para alguns, o fato de uma entidade privada exigir a vacinação pode ser interpretado como um exagero e até mesmo uma discriminação.
Na Arábia Saudita, só pessoas vacinadas podem ter acesso a qualquer prédio oficial (inclusive escolas), portanto, a vacinação 'de fato' é obrigatória, a menos que você leve uma vida de isolamento social.
Já na China, o epicentro da pandemia, a população tem absoluta clareza sobre a obrigação de imunizar-se, para que a tragédia vivida não repita-se.
A variante delta tem provocado novas ondas de infecção em todo o planeta e levado muitos governos a considerarem a obrigatoriedade da vacina para atingir a desejada "imunidade de grupo". Estima-se que isso seria possível somente com mais de 90% da população vacinada.
Embora existam pessoas que reivindiquem sua liberdade de não se vacinar (mesmo que isso signifique colocar a saúde coletiva em risco), por enquanto, vence a defesa do bem comum contra o individualismo.
Imagem: Dylan Hunter / Unsplash