Pinguins dormem só 4 segundos; saiba o fascinante motivo!
Os pesquisadores descobriram que os pinguins de barbicha da Antártida recorrem a pequenas doses de sono para vigiar seus ninhos 24 horas por dia e, assim, proteger seus recém-nascidos e ovos de predadores.
Esses pinguins dormem por apenas quatro segundos, até 10 mil vezes ao dia, de acordo com um estudo feito na Ilha do Rei George, na Antártida, publicado na revista Science.
Os pinguins nunca entram em sono profundo, mas chegam a dormir 11 horas diárias, somando seus cochilos de quatro segundos, explicaram os pesquisadores, ao The Guardian.
É a primeira vez que os hábitos de sono dos pinguins foram estudados em seu ambiente natural, já que as pesquisas anteriores foram feitas em cativeiro.
Imagem: Mick Haupt/Unsplash
O estudo também utilizou exames de EEG para monitorar as atividades cerebrais dos pinguins, com sensores cerebrais. Os pesquisadores analisaram apenas pinguins reprodutores.
Graças a esses sensores, os pesquisadores puderam comprovar que, além de estarem de olhos fechados, os pinguins também dormiam, mesmo nesses curtos períodos de tempo.
Durante o estudo, foram recolhidos dados de 14 pinguins adultos, por 11 dias. Os pinguins não dormiam profundamente, mas continuavam a funcionar, disse o coautor, Niels Rattenborg à agência de notícias.
A única exceção apareceu por volta do meio-dia, quando os pais pinguins dormiram mais profundamente, por mais alguns segundos.
Os pesquisadores acreditam que isso ocorre, porque os predadores estão menos ativos nesse horário do dia.
Todos os animais do planeta precisam dormir para funcionar. Porém, algumas espécies, como os pinguins, adaptam seus padrões de sono para diminuir a vulneravilidade diante de predadores.
De acordo com os investigadores, não há nenhuma pesquisa que demonstre padrões tão extremos de privação de sono como o dos pinguins de barbicha, relatou o The Guardian.
Daniel Paranhos Zitterbart, especialista em pinguins, disse à AP News que estes animais vivem em um “ambiente de estresse elevado”, pois estão constantemente rodeados de predadores.
O microssono é um recurso útil para viver nessas condições, mas também é valioso para a ciência. Esse padrão de sono é uma descoberta significativa no caminho para a compreensão do sono.
O sistema que estes pinguins utilizam para descansar desafia o conhecimento dos cientistas sobre como funciona o sono e o seu papel no desempenho da vigília.
Os investigadores garantem, em seu artigo, que a descoberta coloca em questão o quanto o sono pode ser alterado, sem afetar a função corporal.
No caso dos pinguins, o sistema de microssono não afeta negativamente seu corpo, contradizendo a noção de que dormir de forma fragmentada seja sempre prejudicial. Ao contrário disso, o estudo demonstra que o sono pode ter um papel diferente, segundo cada espécie.