Por que a plantação maciça de árvores é uma má ideia?

Qual a melhor solução para compensar as emissões de CO2?
Sumidouros de carbono
Quem usa esse método?
Principalmente no setor aéreo
Grandes projetos
Uma estratégia de lavagem verde?
Efeitos perversos na descarbonização
Práticas abusivas
Uma estratégia verdadeiramente eficaz?
O que diz Bill Gates
Perigos ocultos?
Foco no carbono
Muita homogeneidade
O impacto nos ecossistemas
Projetos insustentáveis
Falta de espaço
Conselho prático
Proteger antes de replantar
Evite certas áreas
A legislação europeia
Reduzir as emissões de CO2
Qual a melhor solução para compensar as emissões de CO2?

Há muito tempo, o plantio maciço de novas árvores tem sido visto como uma boa solução para compensar as emissões de CO2, mas, atualmente, é cada vez mais questionado.

Sumidouros de carbono

A justificativa original para o plantio de árvores era o fato de elas atuarem como sumidouros de carbono: absorvem CO2 por meio da fotossíntese e o armazenam fora da atmosfera, neutralizando, assim, as emissões humanas.

@Steven Kamenar/Unsplash

Quem usa esse método?

Nos últimos anos, este método tem sido amplamente utilizado por grandes empresas, com o objetivo de compensar as suas elevadas emissões de gases de efeito de estufa.

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Principalmente no setor aéreo

O setor do transporte aéreo é um dos que mais aprecia esta prática. No final de 2019, a Air France anunciou a compensação das emissões de CO2 dos seus 450 voos domésticos diários.

Grandes projetos

Citada pelo 'Le Monde', Anne Rigail, diretora-geral da empresa, mencionou projetos para a "plantação de árvores, proteção florestal, transição energética e até preservação da biodiversidade".

@Miguel Angel Sanz/Unsplash

Uma estratégia de lavagem verde?

Mas alguns especialistas consideram que a plantação de árvores pelas empresas é uma estratégia de “lavagem verde”, uma vez que esta ação não anula diretamente as consequências de uma atividade poluente.

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Efeitos perversos na descarbonização

Myrtho Tilianaki, da ONG CCFD-Terre Solidaire, concluiu, ao estudar as estratégias de carbono de diversas empresas, que estas ações, muitas vezes, mascaram a ausência de medidas para reduzir as emissões.

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Práticas abusivas

Certas práticas podem ser inclusive abusivas: “Tivemos casos de projetos de compensação de carbono que levaram a intimidações, despejos e fenômenos de apropriação de terra”, acrescenta Myrtho Tilianaki, citado por 'France 24'.

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Uma estratégia verdadeiramente eficaz?

Mas a plantação de árvores é realmente eficaz como um meio para neutralizar o carbono? Esta não é a opinião de um número crescente de cientistas e figuras públicas.

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O que diz Bill Gates

Bill Gates declarou, durante uma conferência organizada pelo New York Times, que não planta árvores, pois considera a prática um “total absurdo”.

Perigos ocultos?

A opinião do fundador da Microsoft é confirmada por um estudo citado pelo Geo, publicado em outubro de 2023. Segundo os seus autores, a plantação massiva de árvores teria mais desvantagens do que benefícios, principalmente em regiões tropicais.

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Foco no carbono

“A sociedade reduziu o valor destes ecossistemas a um único parâmetro: o carbono. No entanto, sua captura é uma pequena parte dentro das funções ecológicas essenciais que as florestas tropicais e os ecossistemas de pastagens desempenham”, aponta a revista Trends in Ecology and Evolution.

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Muita homogeneidade

Além disso, as espécies de árvores escolhidas são muito pouco variadas. Em alguns países, florestas que eram muito diversas tornaram-se “massas homogéneas”, segundo um investigador de Oxford, citado pela AFP.

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O impacto nos ecossistemas

Esta homogeneidade torna as árvores “muito vulneráveis a doenças, ao mesmo tempo que tem um impacto negativo na biodiversidade local”, explica o mesmo cientista.

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Projetos insustentáveis

As árvores são selecionadas por sua velocidade de crescimento ou por seu valor como madeira ou celulose. Portanto, mais cedo ou mais tarde serão cortadas, o que libertará carbono e anulará o impacto positivo da plantação.

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Falta de espaço

Outro efeito perverso é que o plantio de árvores reduz o espaço agrícola disponível, elevando o preço dos alimentos.

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Conselho prático

Como poderíamos aproveitar o potencial de absorção das árvores sem causar danos colaterais aos ecossistemas? O Royal Botanic Gardens, de Kew, no Reino Unido, e a organização BGCI (Botanic Gardens Conservation International) propuseram dez regras de ouro.

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Proteger antes de replantar

A primeira regra é proteger as florestas existentes, levando em conta o tempo que necessitam para se recuperar, antes de iniciar o replantio.

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Evite certas áreas

Também é aconselhável evitar prados e zonas húmidas e selecionar espécies de árvores resistentes e ricas em biodiversidade.

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A legislação europeia

Em 21 de setembro de 2023, os estados membros da União Europeia concordaram em proibir declarações de impacto ambiental neutro ou positivo baseadas exclusivamente na compensação de emissões de CO2.

Reduzir as emissões de CO2

De fato, a compensação geralmente consiste no plantio de árvores sem qualquer preocupação com sua eficiência ambiental. A prioridade, agora, é que as empresas estejam implicadas na redução direta das emissões de CO2.

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