Putin adula Trump, após estadadunidense lançar ameaça à Rússia
Vladimir Putin expressou seu desejo de conversar "calmamente" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o fim da guerra na Ucrânia.
Em uma entrevista para a TV estatal russa, o presidente russo disse: “Acreditamos nas declarações do atual presidente sobre sua prontidão para trabalhar juntos. Estamos sempre abertos a isso e prontos para negociações.”
“Seria melhor nos reunirmos, com base nas realidades de hoje, para conversar com calma”, acrescentou.
Putin também usou a entrevista para elogiar Trump, chamando-o de "inteligente" e "pragmático", acrescentando que duvidava que ele fizesse algo para prejudicar a Rússia e que isso tivesse repercussões na economia dos EUA.
Putin estava se referindo às recentes ameaças de Trump de aumentar as sanções e tarifas se Putin não estivesse preparado para acabar com a guerra com a Ucrânia.
No Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Trump propôs reduzir os preços do petróleo como forma de atacar a fonte de renda de Moscou.
“Neste momento, o preço é alto o suficiente para que a guerra continue”, disse ele, de acordo com o The Guardian.
Mas Putin reagiu apontando que preços “excessivamente” baixos do petróleo também não seriam bons para os Estados Unidos.
Trump, que há muito tempo se gaba de que acabaria com a guerra em seu primeiro dia no cargo, havia escrito anteriormente em sua rede social Truth Social: “Acomodem-se agora e parem com essa guerra ridícula. Só vai piorar.”
“Se não fizermos um 'acordo' em breve, não terei outra escolha a não ser impor altos níveis de impostos, tarifas e sanções a qualquer coisa vendida pela Rússia aos Estados Unidos e a vários outros países participantes”, acrescentou.
Putin reafirmou algumas das alegações de Trump, como a de que a guerra nunca teria começado se o ex-presidente Joe Biden não tivesse roubado a eleição dele em 2020.
“Sempre tive um relacionamento profissional, pragmático e até de confiança com o atual presidente”, disse Putin ao Moscow Times.
“E não posso deixar de concordar que se sua vitória não tivesse sido roubada em 2020, a crise na Ucrânia poderia não ter surgido em 2022”, acrescentou, referindo-se à invasão de seu vizinho.
Mas, apesar da disposição de Putin em se envolver em negociações com Trump, Kiev não está entusiasmada com a ideia, já que, aparentemente, a Ucrânia e a Europa estariam de fora delas.
"Ele (Putin) quer negociar o destino da Europa – sem a Europa. E ele quer falar sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", disse o chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, no Telegram.
O próprio presidente Zelensky disse na sexta-feira, 24 de janeiro, em seu vídeo diário, que Putin estava tentando “manipular” Trump.
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