Os preocupantes movimentos da Rússia e da China no Polo Norte
Atualmente, o mundo está concentrado no que acontece em duas zonas de guerra: o Oriente Médio e a Ucrânia.
Entretanto, no Ártico frio e desolado, algo pode estar por vir. Lá, a aliança Pequim-Moscou estabeleceu seus novos objetivos territoriais.
De acordo com o site Politico, a Rússia e a China têm se esforçado para se estabelecer no Círculo Polar Ártico, expandindo seu escopo contra os Estados Unidos e a União Europeia.
Em julho, a CNN revelou que bombardeiros chineses e russos foram avistados pelo NORAD (o comando de defesa aeroespacial norte-americano) voando não muito longe da costa do Alasca.
Os bombardeiros não eram vistos como uma ameaça na época, já que não entraram no espaço aéreo do Canadá nem dos Estados Unidos.
No entanto, o NORAD observou que foi a primeira vez que detectou atividade conjunta das forças aéreas russas e chinesas nesse espaço.
A NPR escreve que a detecção de bombardeiros chineses e russos foi um alerta para o Pentágono, mudando seu foco para um território que não era considerado prioritário.
De acordo com o Politico, a Rússia e a China tentam se estabelecer no Círculo Ártico há mais de uma década, mas só recentemente Washington e Bruxelas demonstraram real preocupação.
O Politico especula que a Rússia poderia facilmente lançar mísseis balísticos de longo alcance, por exemplo, da base de submarinos perto da Península de Kola, e estes poderiam passar pelo espaço aéreo mal supervisionado sobre a Groenlândia em direção à América do Norte.
A vice-secretária de Defesa, Kathleen Hicks, disse à NPR que a Rússia e a China não são aliadas naturais, e cada uma delas apresenta seus próprios riscos e preocupações para o Pentágono.
“Apesar de suas perdas na Ucrânia, a Rússia continuou a construir sua infraestrutura militar no Ártico e a fazer reivindicações excessivas sobre as águas do Ártico”, disse Hicks à NPR.
A China, avalia a NPR, está buscando obter novos recursos minerais no Ártico, de olho em possíveis novas linhas de navegação, à medida que o gelo polar derrete devido às mudanças climáticas.
O Politico destaca que Moscou e Pequim têm trabalhado em uma joint venture para desenvolver infraestrutura na região, trazendo um melhor controle da costa ártica russa, conectando-a à iniciativa da Rota da Seda da China.
Enquanto isso, a OTAN é descrita como tendo comunicação remota e infraestrutura de reserva, sendo insuficiente diante da ameaça russa.
Ao mesmo tempo, a NPR ressalta que, enquanto a China tem três quebra-gelos e mais em construção, os Estados Unidos têm apenas dois que estão há muito tempo pedindo uma reforma.
Em junho de 2024, o Pentágono anunciou que estava entrando em um acordo com a Finlândia e o Canadá para fornecer novos quebra-gelos para a Marinha dos EUA. No entanto, a pergunta de sempre permanece: será o suficiente?
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