Rússia envolve estudantes em processo de recrutamento
As autoridades russas podem estar a planejar uma nova onda de mobilização de sua população para levar à guerra contra a Ucrânia.
A preocupação é da Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia, com base em documentos também relatados pelo Insider sobre certos movimentos nas universidades.
“Atualmente, a Rússia constrói, ativamente, capacidades para garantir a mobilização em massa de estudantes de instituições de ensino superior”, explica o comunicado publicado no Telegram.
A Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia observou que a Rússia tem montado “estações de notificação” para entregar avisos de recrutamento aos selecionados.
Os novos centros de notificação da Rússia terão a tarefa de fornecer assistência aos "comissários militares" do país, de acordo com o post do Telegram.
Assim, várias universidades russas receberam ordens do governo para fornecer um certo número de alunos e funcionários para trabalharem nestes centros de notificação.
“Cidadãos que não estão oficialmente sujeitos à mobilização estão planejados para se envolver neste trabalho, sem seu consentimento”, afirma o comunicado.
"Oficiais envolvidos nas instituições educacionais de gestão superior na Rússia foram encarregados de estabelecer e administrar os novos distritos de mobilização do país", continua.
As autoridades russas, supostamente, planejaram esta última rodada de recrutamento como uma forma de contornar os estritos projetos de lei do país e “envolver cidadãos que não estão oficialmente sujeitos à mobilização”, segundo o Ukrainska Pravda.
A Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia acredita que isso "pode indicar que um esforço de recrutamento muito maior ocorrerá".
“A Rússia não precisa de mais base legal para conduzir uma nova rodada de mobilização, já que a ‘mobilização parcial’ anunciada em setembro de 2022 nunca foi oficialmente concluída”, garante a Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia, em sua postagem no Telegram.
“A mobilização provavelmente será realizada antes de 1º de abril, que marca o início do recrutamento de serviço temporário na primavera. Se necessário, o recrutamento de primavera pode ser adiado”, acrescentou a Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia.
Vladimir Putin disse, em outubro de 2022, que a Rússia havia completado sua mobilização parcial e anunciado o fim do programa, embora as legalidades nunca tenham sido devidamente finalizadas e a ordem ainda esteja "em pleno vigor", de acordo com o Politico.
"Todas as atividades relacionadas ao recrutamento de cidadãos na reserva foram interrompidas", disse o Ministério da Defesa da Rússia, em um comunicado após o anúncio de Putin.
No dia 21 de setembro, Putin anunciou a mobilização de 300.000 reservistas russos, após uma série de contratempos no campo de batalha, que viram a Ucrânia tomar a iniciativa na guerra, de acordo com a CBS News.
No início de fevereiro de 2023, o Instituto para o Estudo da Guerra afirmou que Putin estava seguindo uma estratégia de mobilização silenciosa devido a preocupações "sobre a extrema impopularidade da primeira onda de mobilização".