Rússia prepara-se para uma guerra maior contra seus inimigos
A Rússia acaba de entrar no terceiro ano de guerra contra a Ucrânia e o cenário não é mais o mesmo de quando Vladimir Putin ordenou sua invasão. Moscou está mais forte, à medida que se prepara para uma futura guerra contra o Ocidente.
Diversas fontes do setor de inteligência enviaram alertas sobre os preparativos russos para uma guerra de maior escala, que poderá eclodir em breve.
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Em janeiro de 2024, por exemplo, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, alertou que a Rússia poderia atacar a Europa dentro de cinco a oito anos, segundo informou o Politico. No entanto, esse não foi o aviso mais preocupante.
Em fevereiro, o Diretor-Geral do Serviço de Inteligência Estrangeiro da Estônia, Kaupo Rosin, informou, em um relatório, que a Rússia atua na reconstrução de suas forças armadas, antecipando um conflito muito mais amplo contra a OTAN, na próxima década.
"A Rússia escolheu o confronto de longo prazo", disse Rosin, em uma coletiva de imprensa, conforme relatado pela Reuters. "Se não estivermos preparados, a probabilidade de um ataque militar russo seria muito maior do que sem qualquer preparação".
De acordo com Amy Makinnon, da Foreign Policy, há sinais de que o Kremlin espera enfrentar algo maior. No final de 2022, o Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou um aumento no número de militares russos.
As Forças Armadas Russas aumentariam seu efetivo em 30%, passando de um milhão de pessoal para um milhão e meio, até 2026. Após a adesão da Finlândia à OTAN, o Kremlin dobrou suas tropas na fronteira.
O sinal mais preocupante de que o Kremlin planeja algo maior para o futuro é a quantidade de dinheiro dedicada às suas forças armadas. O Institute for the Study of War (ISW) também acredita que a Rússia prepara-se para uma guerra mais ampla.
"Vários indicadores financeiros, econômicos e militares sugerem que a Rússia prepara-se para um conflito convencional, em grande escala, contra a OTAN", escreveu o think tank, com sede em Washington, em 20 de março, sobre a guerra na Ucrânia.
Embora o conflito não deva começar imediatamente, os analistas da ISW acreditam que a futura guerra poderá começar muito mais cedo do que outros analistas ocidentais previram.
Os especialistas do ISW destacaram a reunião ocorrida em 19 de março, entre Putin e a Duma russa, como evidência de que sua política para estabilizar a economia nacional e lidar com questões domésticas durante seu quinto mandato é um forte indício de que a Rússia já começou a preparar-se para um conflito maior.
"As tentativas de Putin de estabilizar a economia e as finanças da Rússia provavelmente fazem parte dos preparativos financeiros internos para um potencial conflito de grande escala com a OTAN, e não apenas para uma guerra prolongada na Ucrânia", afirmou o relatório.
A política externa informou que um terço de todos os gastos do governo russo em 2024 irá para o setor de defesa. Os fabricantes de armas do país foram instados a trabalhar 24 horas por dia.
Os sinais russos não são totalmente claros, mas têm sido suficientes para preocupar autoridades importantes sobre os perigos que o mundo poderá enfrentar em breve.
No dia 29 de março, o Presidente polonês, Andrzej Duda, disse, durante uma entrevista à CNBC, que a OTAN precisa aumentar os seus gastos com a defesa e apelou aos Estados-membros para aumentarem suas contribuições para 3%.
"Os alarmes soam", explicou Duda. Ele também apontou para uma pesquisa não especificada da Alemanha que sugeria que a mudança de Putin para uma economia de guerra fazia parte de um possível plano para atacar a OTAN, em 2026 ou 2027.
“Temos dois ou três anos para aumentar os nossos esforços, armazenar munições e produzir armas para maximizar a segurança europeia”, disse o presidente polonês.
“Todo esse esforço precisa ser feito para evitar qualquer conflito direto. O objetivo é criar um impedimento que garanta que não sejamos atacados. A questão central é essa, porque nenhum de nós quer a guerra”, acrescentou Duda.
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