O triste movivo pelo qual Putin poderia reduzir ataques na Ucrânia
No dia 25 de julho, o comandante da Guarda Nacional da Ucrânia, General Oleksandr Pivnenko, disse, em entrevista ao Ukrinform, que a Rússia não conseguirá sustentar os seus ataques por muito mais tempo. Ele previu que Moscou mudaria de tática devido às suas pesadas perdas.
“Em mais um mês e meio, eles não serão capazes de conduzir ataques ativos em muitas direções ao mesmo tempo e passarão para a defesa”, foram suas palavras, de acordo com uma tradução do The Kyiv Independent.
E continuou: “As capacidades ofensivas russas não são ilimitadas, tendo em conta as perdas que sofrem”. O general explicou que quando o Kremlin voltar a sua atenção para o reabastecimento das suas forças militares, a Ucrânia deve procurar preparar as suas próprias reservas e armamento.
O general ucraniano disse acreditar que se a Ucrânia pudesse planejar "um passo à frente da Rússia, então tudo ficará bem" e descreveu as áreas nas quais o país precisa se concentrar para enfrentar a próxima fase dos combates.
“A coisa mais importante que pode ser feita agora é o treinamento, o desenvolvimento de centros de treinamento, a produção e aquisição de armas e equipamentos militares, como drones, veículos blindados, sistemas de defesa aérea e munições”. afirmou Pivnenko.
De acordo com o o The Guardian, o Comandante-em-Chefe da Ucrânia, Coronel General Oleksandr Syrskyi, afirmou que a Rússia tem, atualmente, 520.000 fortes forças de invasão operando dentro do país, com planos de aumentar esse número para 690.000 soldados antes do final de 2024.
Os números das tropas ucranianas não foram divulgados, mas Syrskyi reconheceu que, quando se trata de equipamento, há uma proporção de 1:2 ou 1:3 a favor da Rússia.
A Rússia duplicou o seu número de tanques na Ucrânia, de 1.700 para 3.500, desde o início da invasão em grande escala, e o mesmo tipo de disparidade ocorre com os sistemas de artilharia, que triplicaram, e com os veículos blindados de pessoal, que passaram de 4.500 para 8.900.
“O inimigo tem uma vantagem significativa em força e recursos. Portanto, para nós, a questão do abastecimento, a questão da qualidade estão realmente na vanguarda”, explicou Syrskyi.
A Rússia tem colocado muita pressão sobre a Ucrânia desde a fracassada contraofensiva do país invadido, no verão de 2023. Moscou capturou a crítica cidade-fortaleza de Avdiivka, em fevereiro de 2024, e tem, recentemente, tentado avançar em Pokrovsk.
As forças russas, supostamente, também capturaram a porção o r i e n t a l de Chasiv Yar, de acordo com o The Kyiv Independent, e expulsaram as tropas ucranianas de seu ponto de apoio na margem o r i e n t a l do rio Dnipro, em Krynky. Mas essas vitórias custaram-lhe caro.
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou, no dia 12 de julho, que Moscou sofreu mais de 70.000 baixas nos dois meses anteriores devido à abertura de uma nova frente e às suas táticas no campo de batalha.
Maio de 2024 registrou um máximo de 1.262 vítimas russas por dia, enquanto junho uma quantidade ligeiramente reduzida de 1.163.
Em outubro de 2023, o Congresso dos Estados Unidos suspendeu ajuda militar adicional à Ucrânia para os seguintes seis meses, uma situação que fez a Rússia avançar.
Tal situação poderá voltar a acontecer no futuro, dependendo do desenrolar das eleições nos Estados Unidos, em novembro.
Os 60 bilhões de dólares (em escala americana) aprovados pelo Congresso americano, em abril, deveriam durar até ao final do ano fiscal de 2024, mas poderão durar até janeiro de 2025, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais Mark F. Cacian e Chris H. Park.